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A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 6. Geoquímica

Estudo dos processos de mistura em associações magmáticas do Rio Grande do Sul: petrografia e geração de um modelo hipotético.

Eduardo Fontana 1
Lauro Valentim Stoll Nardi 1
Maria de Fátima Bitencourt 1
(1. Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
INTRODUÇÃO:

As rochas magmáticas freqüentemente mostram feições indicativas da coexistência de mais de um líquido magmático, formando sistemas ditos  de mistura heterogênea de magmas. Sistemas deste tipo, envolvendo magmas básicos e intermediários ou ácidos, tem sido identificados em várias associações magmáticas do Rio Grande do Sul e estão sendo estudadas presentemente no Complexo Granítico Encruzilhada e no Maciço Sienítico Piquiri.

METODOLOGIA:

As misturas heterogêneas de magmas são evidenciadas pela presença de enclaves microgranulares máficos (EMM) e zonas de hibridização geradas pela interação desses magmas. As texturas geradas pelo rápido resfriamento - quenching - dos glóbulos de magma de mais alta temperatura quando em contato com o hospedeiro são observadas em lâminas petrográficas dos enclaves e das zonas de interação entre os líquidos.

RESULTADOS:
Os estudos petrográficos realizados revelaram a presença de texturas petrográficas características de processos de mistura como: nódulos de apatitas aciculares, corrosão de cristais euédricos de plagioclásio, grande quantidade de biotita e anfibólio concentrados nas bordas dos enclaves máficos. As associações magmáticas que estão sendo estudadas têm idade neoproterozóica e foram geradas durante o período pós-colisional do Ciclo Brasiliano. Estas rochas teriam sido originadas a partir da coexistência de dois ou mais líquidos magmáticos, com diferentes temperaturas e composições, e em estágios distintos de cristalização magmática, submetidos ainda a fluxos magmáticos de intensidades variáveis.
CONCLUSÕES:

Estas rochas teriam sua origem em câmaras magmáticas muito dinâmicas, com fluxos turbulentos, causando agitação do sistema magmático e, conseqüentemente, gerando os diferentes tipos híbridos encontrados na região. As interações observadas em campo entre rochas graníticas, rochas híbridas, e enclaves máficos microgranulares, nos inspiraram a tentar compreender a gênese dessas rochas e a evolução do sistema de mistura. O estudo de campo e petrográfico dos enclaves, bem como das zonas de sua interação com o granito, possibilitou a geração de um modelo especulativo. Foi elaborada uma seqüência de ilustrações que tenta representar a atuação dos processos de mistura de magmas de uma maneira dinâmica, possibilitando compreender melhor a relação entre feições de macro, meso e micro-escala. O estudo das feições petrográficas e geoquímicas relacionadas com  misturas de magmas permitirá uma melhor compreensão desses processos, de suas influências e da própria evolução do magmatismo pós-colisional no sul do Brasil.

Instituição de fomento: CNPQ
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Mistura de Magmas; Geoquímica; Magmatismo.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006