| F. Ciências Sociais Aplicadas - 5. Arquitetura e Urbanismo - 1. Fundamentos de Arquitetura e Urbanismo |
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OS ATRIBUTOS DO ESPAÇO URBANO E SUAS RELAÇÕES COM O FLUXO DE PEDESTRES NAS ÁREAS CENTRAIS DAS CIDADE DE TECIDO TRADICIONAL |
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| Ísis Portolan dos Santos 1 |
| Hugo Gomes Blois Filho 1 |
| Fábio Lúcio Lopes Zampieri 2 |
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| (1. Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Curso de Arquitetura e URbanismo /UFSM; 2. Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional,FAU/UFRGS) |
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| INTRODUÇÃO: |
A circulação de pedestres pelas calçadas das cidades é um fenômeno estudado por diversas áreas do conhecimento. Os estudos nestas áreas são importantes por reverterem, de maneira geral, melhorias nos espaços urbanos. Neste trabalho será observada uma destas correntes, a sintaxe espacial urbana, que estuda como o sistema configuracional urbano pode explicar o deslocamento de pedestres. Nesta pesquisa, os dados foram processados por Redes Neurais Artificiais (RNAs), que analisam a representação do fenômeno através de exemplos e revelam quais destas variáveis são mais relevantes. Este modo de processamento nos auxilia a entender como essas diferentes variáveis se relacionam entre si e com o fenômeno, é fundamental para analisar os padrões da movimentação peatonal. Tem-se como objetivo analisar as correlações existentes entre as variáveis configuracionais do espaço e o fluxo de pedestres nas áreas centrais dos tecidos urbanos tradicionais. E também, avaliar os “pesos” relativos de cada uma das variáveis do espaço configuracional e sua contribuição para o fenômeno do movimento de pedestres. Esperamos que ao analisar as características da cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, suas relações entre as variáveis do espaço e suas correspondências com a sua circulação de pedestres possamos ajudar a explicar realidades sobre fluxo de cidades similares. |
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| METODOLOGIA: |
O presente trabalho se desenvolveu analisando a área central da cidade de Santa Maria(RS), caracterizada por um tecido tradicional. Os atributos pesquisados foram referentes à sintaxe espacial e relativisados com os fluxos peatonais medidos em cada passeio. A unidade de análise utilizada é a calçada, quantas pessoas passam por ela, qual o seu número de atratores, sua integração global, etc., isso atribuído a cada passeio das ruas do trecho. O método de medição do fluxo peatonal foi realizado em movimento, com medições em horários e dias diferentes, resultando em 25 medições para cada trecho. As variáveis de sintaxe espacial retiradas do mapa axial foram:, conectividade, controle, profundidade, integração global e integração local. O número de constituições foram medidos “in loco” e representam a permeabilidade do sistema. As constituições funcionam como a ligação entre as partes públicas e privadas do sistema fornecendo o acesso das pessoas das edificações para os espaços públicos. Os atratores, aqui, são caracterizados pelas edificações, ou seja, parte privada do sistema urbano. Eles foram obtidos no cadastro de imóveis da cidade de Santa Maria, resultando no total de área construída para cada tipo de "stock" construído, discriminando sua tipologia em residencial, comercial, serviços e outros usos. O "peso" destas variáveis foi vinculado a cada passeio para relativisação com o fluxo de pedestres. |
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| RESULTADOS: |
Os dados foram testados em diferentes arquitetura de rede, resultando em vários sub-modelos, cada um com sua fase de treinamento e de teste, chegando-se a um modelo como melhores resultados, considerado válido para o trabalho. Com este modelo, testamos a influência das variáveis de entrada no fluxo de pedestres (saída), através do método proposto por Garson (1991). Este método particiona os pesos sinápticos entre a camada intermediária e a de saída em componentes associados com cada nó de entrada. Assim o peso resultante associado com cada entrada é um reflexo de sua importância. Para este modelo verificou-se que as variáveis de entrada tiveram suas importâncias variando num intervalo de 5 a 10%, isto é, a importância das variáveis para o resultado do modelo é praticamente a mesma. Depois, foi aplicado um teste de sensibilidade no modelo, ao realizar este teste verificou-se que embora as variáveis tivessem a mesma importância relativa, aquelas caracterizadas como atratores tiveram o maior variação alterando significativamente o fluxo de pedestres. Pode se perceber claramente a geração do movimento primário pela configuração espacial, gerando locais de interesse para localização de atratores, e então a intensificação do fluxo primário ocasionado pela presença deste atrator. Também se percebe a atuação das variáveis configuracionais do espaço urbano explicando a localização dos das variadas tipologias de edificações na cidade. |
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| CONCLUSÕES: |
As Redes Neurais Artificiais tiveram desempenho satisfatório, fornecendo informações úteis para o entendimento do fluxo de pedestres e suas relações com o meio. Dentre as variáveis utilizadas percebe-se a importância relevante de todas, nenhuma apresentou influência mínima, que pudesse ser descartada, ou máxima, que sozinha condicionasse alguma situação. O que se constata é que é as situações descritas anteriormente são definidas pela relação e interação entre as diversas variáveis sintáticas e seus efeitos.. Assim, como escreve Hiller, temos primariamente a configuração da malha urbana potencializando deslocamentos, e estes sendo amplificados pela presença dos atratores, como, por exemplo, o caso de atratores comerciais que agregam maior quantidade de pessoas ao movimento natural. A análise das variáveis que podem influenciar no fluxo de pedestres indica elementos que alteram a circulação das pessoas na cidade. Com este estudo percebemos que uma simples modificação do uso do solo pode alterar de maneira significativa o modo com que as pessoas utilizam este espaço, e sua regularização através de planos diretores ou outras medidas políticas pode, por exemplo, ajudar a restaurar centros históricos ou acabar com eles. |
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Instituição de fomento: FIP - UFSM
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Trabalho de Iniciação Científica
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Palavras-chave: fluxo de pedestres; sintaxe espacial; redes neurais. |
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| Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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