A casca de arroz é um resíduo agroindustrial que quando adequadamente queimado e moído, pode-se tornar uma importante pozolana a ser adicionada em argamassas. Um fator que viabiliza o seu emprego, é que dos 10 milhões de toneladas de arroz que o país produz por ano, sobram dois milhões de toneladas de casca – que podem render cerca de 400 mil toneladas de sílica, o suficiente para suprir o mercado de argamassas, concreto e outros.

Trabalhou-se com corpos-de-prova prismáticos, com dimensões de 25x25x285mm, moldados com (0% - referência), 5%, 10% e 25% de CCA, em substituição em massa ao cimento. A influência da cinza foi constatada através dos seguintes ensaios: eficiência de materiais pozolânicos em evitar a expansão e reação álcali-agregado.

No primeiro, que segundo a norma NBR 12651, deve-se utilizar uma porcentagem de 25% da pozolana a analisar, observou-se um resultado bastante positivo, visto que houve uma redução da expansão de 94,24%. No segundo, que foi avaliado os outros teores, foi verificado que a adição de CCA provocou uma redução da expansão devido á reação álcali-agregado. O resultado obtido no ensaio de redução da expansão (NBR 12651) mostrou que a CCA reduz consideravelmente a expansão de argamassas devido à reação com os álcalis do cimento (94,29%), quando o limite mínimo de redução exigido pela norma para uma pozolana é de 75%. Embora no ensaio de reação álcali-agregado (ASTM C-1260) os valores de expansão tenham ficado acima do limite permitido para considerar o material inócuo, tanto o teor de 5% quanto o de 10% de CCA obtiveram resultados melhores (expandiram menos) que o traço de referência.

Como o resultado obtido no primeiro ensaio foi significativo, seria interessante que se realizasse a repetição do segundo ensaio com porcentagens mais elevadas de CCA, a fim de constatar se a CCA pode inibir com maior eficácia a expansão de argamassas devido à reação álcali-agregado com teores mais altos de substituição.