Foram empregadas dez cepas de Candida albicans isoladas de indivíduos não tabagistas e não-relacionados e a cepa-padrão CBS562. A coleta dos PCCTs foi realizada pela lavagem da fumaça resultante da queima de 5 cigarros (Marlboro^Ò KS Box), numa "water-pipe smoking device”. Em intervalos regulares de 24 horas (T₀,T₂₄, T₄₈, e T₇₂) as células eram colhidas e lavadas. Foram pesquisadas as alterações nas taxas de adesão em resina acrílica e na hidrofobicidade de superfície celular pelo método de hidrocarboneto.

Após a condução dos experimentos, obteve-se que a adesão celular às superfícies acrílicas tende a aumentar em função do tempo de exposição aos PCCTs (p < 0,05) sobretudo, nos primeiros momentos de exposição T₂₄ e T₄₈ (p < 0,001). A hidrofobicidade de superfície celular das cepas apresentou uma significativa elevação nos seus valores percentuais quando as cepas ficaram em contato com os PCCTs por um intervalo de tempo compreendido entre 24 e 48 horas (p = 0,0280). Nos intervalos de tempo 0-24 horas (p = 0,7684) e 48-72 horas (p = 0,4092) não foram observadas alterações suportáveis estatisticamente para a característica.

Os resultados apontam para a possibilidade de que o tabagismo crônico, onde células de C. albicans constantemente entram em contato com PCCTs, possa interferir nas propriedades de adesão da levedura ao material das dentaduras. Contudo, cabe enfatizar que esses resultados foram obtidos exclusivamente por experimentos laboratoriais e que estudos que avaliem esses mesmos parâmetros a partir de leveduras isoladas de voluntários tabagistas crônicos devem ser conduzidos. Com base nos resultados obtidos após a execução dos experimentos in vitro pudemos concluir que existem significativos indícios de que os PCCTs promovam uma exacerbação na capacidade de aderência da levedura em material acrílico, com conseqüente aumento nas propriedades de virulência dessa levedura.