| G. Ciências Humanas - 3. Filosofia - 2. Filosofia |
|
KIERKEGAARD E BERGMAN — NATUREZA E HISTÓRIA |
|
| Luiz Gustavo Onisto de Freitas 1 |
|
|
| INTRODUÇÃO: |
O diálogo entre o conjunto de uma obra filosófica e cinematográfica não é algo convencional. Contudo, os escritos do filósofo dinamarquês Soeren Aabye Kierkegaard (1813 - 1855) e a filmografia do cineasta sueco Ingmar Bergman (1918 - ) parecem suprimir esta dificuldade. O intuito desta pesquisa foi estabelecer uma relação entre as obras de ambos os autores, tendo como fio condutor o conceito kierkegaardiano de Virkelighed — que designa o devir de ordem espiritual —, responsável por acentuar o interesse supremo do indivíduo em seu aperfeiçoamento ético-religioso, sua interioridade. |
|
| METODOLOGIA: |
O trabalho baseou-se em pesquisa bibliográfica e filmográfica acerca dos dois autores, incluindo leitura, fichamento e análise dos textos de Kierkegaard e seus comentadores, além de autobiografias e entrevistas de Bergman, aliadas à visualização de seus filmes. |
|
| RESULTADOS: |
Foram estudados aspectos fundamentais contidos nas respectivas produções escritas e cinematográficas dos autores, como a valorização do indivíduo e a conseqüente oposição à sociedade de massas, juntamente com a importância dada tanto pelo filósofo quanto o cineasta à atmosfera, seja situando rigorosamente os assuntos abordados na reflexão filosófica, ou utilizando uma cenografia propícia para sensibilizar o espectador. Simultaneamente a isso, foi evidenciado sobretudo o destaque concedido pelos autores ao instante da decisão pessoal. Posto que toda deliberação traz consigo infinitas possibilidades de concretizá-la, efetivar uma destas não implica necessariamente obter a felicidade almejada, pois escolher é arriscar confrontar a incerteza. Isso faz com que em ambas as obras emerja o sofrimento inerente à angústia e o desespero. |
|
| CONCLUSÕES: |
Os seguintes objetivos relacionados no projeto de pesquisa foram plenamente atingidos: entendimento dos personagens de Bergman à luz do desespero e da angústia; a percepção da influência religiosa nas vidas de Kierkegaard e Bergman e sua relação com as respectivas obras; a ênfase no Indivíduo em oposição à sociedade de massas e, por fim, a presença nos personagens de Bergman do segredo, um dos sintomas essenciais do desespero. |
|
Instituição de fomento: PIBIC - CNPQ
|
|
Trabalho de Iniciação Científica
|
|
Palavras-chave: instante; desespero; angústia. |
|
| Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |