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E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 4. Engenharia de Água e Solo
DINÂMICA DE NUTRIENTES NO PERFIL DO SOLO CULTIVADO COM BANANEIRA CV. PRATA-ANÃ FERTIRRIGADA POR MICROASPERSÃO
Marcos Eric Barbosa Brito 1
Alberto Soares de Melo 2
Lilianni Vieira Bomfim 1
Jolly Dayanni de Melo Dantas 1
Pedro Roberto Almeida Viégas 1
Pedro Dantas Fernandes 3
(1. Universidade Federal de Sergipe; 2. Universidade Estadual da Paraíba; 3. Universidade Federal de Campina Grande)
INTRODUÇÃO:

No Estado de Sergipe está se expandindo a área cultivada com banana, principalmente após surgimento dos Pólos de Fruticultura ‘Platô de Neópolis’ e ‘Califórnia II’, gerando emprego, renda e divisas para a região (Secretaria da Agricultura do Estado de Sergipe, 2001). Entretanto, a produtividade tem sido baixa, por problemas de fertilidade natural na maioria das áreas cultivadas.

Visando a aumentar a expressão produtiva e atender às exigências nutricionais da bananeira, tem-se utilizado moderna tecnologia de irrigação localizada, viabilizando a fertirrigação; com aplicação de fertilizantes via água de irrigação, otimiza-se o uso de água e de nutrientes, fatores essenciais ao crescimento e ao desenvolvimento das plantas, racionalizando-se o uso desses fatores (Lopez, 2000). No entanto, poucas são as informações baseadas em dados experimentais sobre a dinâmica de nutrientes no perfil do solo, sob cultivo irrigado da bananeira, notadamente nos Tabuleiros Costeiros do Estado de Sergipe. Considerando o exposto, objetivou-se com este trabalho analisar a dinâmica de nutrientes no solo cultivado com bananeira cv. Prata-Anã, fertirrigada por microaspersão.
METODOLOGIA:

O trabalho foi realizado em condições de campo do DEA/UFS, localizado em São Cristóvão - SE, em clima, de acordo com a classificação de Köppen, do tipo As, ou seja, tropical chuvoso com verão seco e pluviometria em torno de 1200 mm anuais, com chuvas concentradas nos meses de abril a setembro. Foram estudados dois fatores N e K2O, em quatro níveis, sendo: N (0, 400, 800 e 1200, em kg ha-1 ano-1, na forma de uréia) e K2O (0, 400, 800 e 1200, em kg ha-1 ano-1, na forma de KCl). O delineamento foi em blocos ao acaso, em esquema fatorial 4x4, resultando em 16 tratamentos, com quatro repetições.

Para a avaliação da dinâmica dos nutrientes, foram coletadas duas amostras simples de solo, para formação de uma amostra composta, em duas profundidades (0,0 a 0,20 m e 0,20 a 0,40 m), em todas as parcelas do experimento, analisando-se: matéria orgânica, K, P (resina), Ca + Mg, pH (água) e micronutrientes. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F, até 5% de significância e os modelos de regressão foram ajustados de acordo com o coeficiente de regressão (teste Student) a 5% de significância, para cada variável estudada, utilizando-se dos programas SAEG 8.0
RESULTADOS:
Observou-se, na camada de 0 a 20 cm, efeito dos tratamentos, aumentando os teores  de nitrogênio e de potássio, de pH (H2O), matéria orgânica (MO), teor de Ca2+ (ppm), teor de Mg2+ (ppm), teor de K+ (ppm) e da saturação de bases (V); não houve variação dessas variáveis na camada de 20 a 40 cm. Com aumento dos níveis de nitrogênio e potássio reduziram-se o pH e os teores de K+, Ca2+ e Mg2+ , com conseqüente redução da saturação de bases. No entanto, não foi observado efeito significativo sobre os teores de matéria orgânica. Malavolta (1981) e Maclaren & Cameron (1996) relatam que a adição de nitrogênio de fonte amídica (uréia) implica em aumento da acidez potencial do solo, como foi evidenciado neste trabalho. Silva et al (2001) verificaram que o aumento do teor de uréia e de cloreto de potássio no solo não interferiu, significativamente, no aumento do teor de matéria orgânica de um Latossolo, cultivado com pimentão, em ambiente protegido, corroborando com os resultados registrados no presente trabalho. Azevedo et al (2004) observaram que o aumento na dosagem de nitrogênio e potássio aplicado via fertirrigação para a cultura da graviola, reduz ainda que não significativa os teores destes nutrientes no solo.
CONCLUSÕES:

O aumento das doses de nitrogênio e potássio aplicado via fertirrigação interferiram no pH, M.O., Ca, Mg, V e K no solo na camada de 0 a 20 cm;

Na camada de 0 a 20 cm o teor de macronutrientes foi maior que na camada de 20 a 40;

Os macronutrientes apresentaram teores constantes entre as camadas estudadas 0 a 20 e 20 a 40 cm. 

Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: fertirrigação; Musa spp; fertilidade do solo.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006