O homem precisa retirar do ar o oxigênio de que necessita para a sua vida. Este processo entre o organismo e o meio ambiente se faz sem maiores dificuldades ao nível do mar, pois estamos adaptados às condições atmosféricas existentes neste ambiente. Quando exposta cronicamente a hipoxia, tem uma grande capacidade, com limitações, de alterar as suas funções fisiológicas a fim de manter a homeostasia de forma satisfatória, levando a um processo chamado de adaptação. O diagnóstico de capacidade é especialmente necessário, nas situações em que indivíduos, por motivos esportivos, lazer ou trabalho, viajam a cidades situadas em altitudes. O desempenho físico ao nível do mar não é um bom prognóstico para o desempenho físico em altitude. A sensibilidade individual é responsável pela perda percentual de rendimento encontrada, em diferentes graus, entre os ambientes de normoxia e hipoxia. A medida fisiológica do grau de hipoxia arterial é a saturação de oxigênio da hemoglobina (SpO2). Sendo assim, a pesquisa tem como objetivos principais verificar em mulheres não atletas e com diferentes VO2máx: a relação do tempo de queda da saturação de oxigênio da hemoglobina até 82% (TD) e SpO2 (13%) em teste de repouso com o desempenho físico máximo em hipoxia; a relação entre as variáveis lactato e da gasometria, em teste de repouso e o desempenho físico máximo em hipoxia; a relação entre a SpO2 (13%) e o comportamento do Lactato e das variáveis gasométricas PO2, PCO2, pH, BE, HCO-3, p50.

O grupo de estudo será constituído de 50 mulheres, clinicamente saudáveis, com VO2máx de 28 a 37 e idade de 18 a 35 anos, de forma voluntária. O delineamento do estudo é do tipo descritivo correlacional , segundo Thomas & Nelson, (2002).Os dados serão coletados nas dependências do LAFEPH/CEFD da UFSM/RS, utilizando-se Balança, Estadiômetro e Compasso de Dobras Cutâneas, Analisador de Lactato, Monitor de Freqüência Cardíaca, Esteira Ergométrica, Analisador de Gases, e um Simulador de Altitude (GO2 Altitude), sendo realizado primeiramente o Teste Hipóxico em repouso com concentração de O2 de 10%, para verificar a variável TD, em seguida o Teste Hipóxico em repouso com concentração de O2 de 13%, e o Teste progressivo de esforço máximo em hipoxia com concentração de O2 de 13%.

Esta questão foi inicialmente investigada, em outro trabalho, com 14 indivíduos treinados, atletas de pentatlo militar, com média de VO2máx de 64,0 ml/kg.min e desvio padrão de ± 3,88. Foi encontrando uma correlação positiva (r= 0,768; p=0,003) entre TD, em teste de repouso (13% O2) e o tempo máximo de corrida em hipoxia com oxigênio na mesma concentração. Entre a média da SpO2 (13%) - (teste hipóxico de repouso de uma hora), e o tempo máximo de corrida em hipoxia (13%) a correlação foi r=0,602 ; p=0,03.

Pretende-se com este estudo, que a relação entre o tempo de queda, a saturação de oxigênio (13%) e o tempo máximo de corrida em hipoxia (13%) seja investigada em um número maior de indivíduos, com uma faixa etária mais ampla e em pessoas com diferentes capacidades aeróbicas. Isso se deve ao fato de que o grau de treinamento, devido seus efeitos sobre o volume sangüíneo, hematócrito, etc., pode ter influencia no desempenho e os resultados obtidos, pois sabe-se que os mecanismos de regulação do equilíbrio ácido-básico funcionam diferentemente, em exercício, dos padrões referidos na literatura para a situação de repouso. Especial atenção será dado ao estudo com grupos de mulheres, pois se encontram poucos dados disponíveis com essa população.

Trabalho de Iniciação Científica