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C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 5. Fisiologia
FALTA DE ALTERAÇÕES NA MICROCIRCULAÇÃO ARTERIOLAR DAS SHR PODE JUSTIFICAR A MANUTENÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL APÓS EXERCÍCIO FÍSICO
Lylian Seganfredo Sanchez 1
Alexandre J. B. C. Audi 1
Luciana V. Rossoni 1
Sandra Lia do Amaral 2
Lisete C. Michelini 1
(1. Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas-USP; 2. Departamento de Educação Física, UNESP - Bauru)
INTRODUÇÃO:
Tem sido demonstrado que, em SHR machos jovens, o treinamento físico (TF) promove uma redução da pressão arterial (PA) associado a um remodelamento da microcirculação (Jhypertension 2000, 18:1563). Entretanto, o efeito do TF nas fêmeas ainda é controverso. Este estudo visa investigar o papel do TF na hemodinâmica e microcirculação do território muscular e renal de ratas SHR.
METODOLOGIA:
SHR (n=31) e WKY (n=39) fêmeas jovens (200g) realizaram um programa de treinamento (T, 60% da capacidade física) ou foram mantidas sedentárias (S) durante 13 semanas. PA, freqüência cardíaca (FC), fluxo ilíaco (FI) e resistência relativa na ilíaca (RIrel) foram registrados no repouso e durante uma sessão de exercício físico agudo (EA). Foram traçadas retas de regressão linear para a comparação das respostas das variáveis durante o EA. Os músculos grácil e gastrocnêmio (exercitados), o temporal (controle não exercitado) e o rim (tecido com redução de fluxo durante o exercício) foram retirados e preparados para análises histológicas. As razões parede/luz (P/L) das arteríolas e capilar por fibra (C/F) foram medidos.
RESULTADOS:
TF aumentou a distância percorrida na esteira tanto das SHR como das WKY (141% e 122%, respectivamente). As SHR apresentavam uma PA média (PAM) maior que as WKY, mas os valores de FC, FI e RIrel eram similares antes do protocolo. O TF não alterou estes parâmetros hemodinâmicos no repouso, no entanto promoveu alterações significativas durante o EA. O TF determinou aumentos mais suaves de FC nas SHRT, representado pelo menor slope da reta (yshrT = 8.7x+472 vs yshrS = 15.2x+445, p<0.01). Nas WKY, o TF não modificou o slope da FC, mas deslocou os valores para um nível menor . A resposta de FI também apresentou-se menor nas T que nas S, em ambos os grupos após TF. A RIrel reduziu durante o EA, com menor slope nas SHRT. Curiosamente, tanto a hipertensão como o TF não alteraram a P/L das arteríolas dos músculos grácil, gastrocnêmio e temporal. Por outro lado, a hipertensão promoveu aumento de 22% na P/L das arteríolas do rim, o que não foi alterada pelo TF. O TF foi eficaz em aumentar significativamente a C/F de fêmeas SHR e WKY nos músculos grácil (~21%) e gastrocnêmio vermelho (~32%), sem alteração no músculo temporal.
CONCLUSÕES:
O TF promoveu uma melhora na capacidade física das ratas e nas respostas hemodinâmicas durante o EA em ambos os grupos, provavelmente associada à angiogênese da musculatura esquelética exercitada. A ausência de queda da PAM nas fêmeas SHR treinadas pode ser justificada pela falta de alterações hemodinâmicas basais e pelo remodelamento observado no território renal.
Instituição de fomento: FAPESP, CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: hipertensão; exercício físico; fêmeas.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006