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C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada

OCORRÊNCIA DE Staphylococcus aureus EM MÃOS E NARINAS DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM PRÉ E PÓS ESTÁGIO CURRICULAR HOSPITALAR

Karla Beatriz Barros de Almeida 1
Emília Maria Silva 1
(1. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul)
INTRODUÇÃO:

Devido ao fato dos estudantes de Enfermagem, bem como o dos trabalhadores de saúde em geral, entrarem em contato direto com vários tipos de microrganismos durante sua estadia em ambiente hospitalar e em Unidades Básicas de Saúde, observou-se a necessidade de se constatar a ocorrência de um microrganismo em particular, o Staphylococcus aureus. Esta bactéria é importante patógeno, pois pode provocar infecções hospitalares, principalmente por ser oportunista, invadindo e infectando pacientes já debilitados. Um dos principais meios de disseminação do S. aureus é a própria equipe de profissionais da saúde através de mãos, perdigotos ou objetos inanimados contaminados.

METODOLOGIA:

Pesquisou-se S. aureus em mucosa nasal e mão de dois grupos de estudantes do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. O grupo 1, trinta e um estudantes da quarta série. O grupo 2, nove estudantes da primeira série. Os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Na ocasião da amostragem os estudantes não tinham lesões nas mãos ou narinas e nem estavam sob efeito de antibioticoterapia. As amostras foram coletadas com zaragatoas umedecidas em água salina peptonada, pH 7,0. Uma amostra foi obtida friccionando por seis vezes o espaço situado entre os dedos indicador e polegar da mão direita (estudante destro) ou esquerda (estudante sinistro). Outra amostra obteve-se girando por três vezes uma zaragatoa na narina direita (destro) ou esquerda (sinistro). Após, introduziu-se cada zaragatoa em tubo de ensaio contendo 1 ml de Caldo Cérebro-Coração e incubou-se a 37 ºC, 24h. Para o isolamento, cada amostra enriquecida foi diluída em série em água salina peptonada, pH 7,0 e 1 ml de cada diluição foi inoculado em placas de petri contendo Ágar Manitol Sal, pH 7,4. As placas inoculadas foram incubadas em estufa a 37ºC durante 24-36h. As colônias típicas foram repicadas, através de estrias, para outras placas contendo o mesmo meio de cultura e incubadas sob as mesmas condições, para obtenção de culturas puras. Os isolados foram submetidos ao método de Gram e aos testes de catalase e coagulase.

 

RESULTADOS:

As culturas que apresentaram colônias amarelo-ouro, cocos Gram-positivos, catalase e coagulase positivos foram referidas como sendo S. aureus. No grupo 2, a ocorrência de estafilococos coagulase-positivos equivaleu a apenas 11,1%, havendo uma maioria (88,9%) de acadêmicos considerados não-portadores. Este grupo esteve composto pelos estudantes da primeira série, que não tinham entrado em contato com microrganismos hospitalares, seja por não terem iniciado o estágio curricular obrigatório, como pela ausência de internações hospitalares anteriores, o que o tornou mais limitado. No grupo 1, composto pelos estudantes da quarta série, que tiveram longo período de contato com microrganismos hospitalares, obteve-se 48,3% de ocorrência de S. aureus, sendo que pouco mais da metade (51,7%) dos acadêmicos foram considerados não-portadores. Ainda neste grupo, do total das amostras nas quais foi verificada a ocorrência desta bactéria, 52,6% correspondem a bactérias encontradas nas narinas e 47,4% encontradas nas mãos.

CONCLUSÕES:

Constatou-se, na presente pesquisa, a considerável freqüência de S. aureus nos acadêmicos estagiários. Este fato deve ser analisado cautelosamente visto que, enquanto estudantes, os mesmos não possuem uma jornada de trabalho hospitalar comparada à das equipes de saúde, ou seja, apesar do menor convívio com o ambiente hospitalar, o risco para uma elevada incidência do S. aureus torna-se semelhante ao dos trabalhadores de saúde. Portanto, as devidas cautelas devem ser levadas em consideração, como a importância da lavagem das mãos e cuidados adequados de assepsia, já que ficou provada a importante colonização das mãos e narinas dos estudantes.

Instituição de fomento: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Staphylococcus aureus; infecção hospitalar; colonização de mãos e narinas.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006