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G. Ciências Humanas - 3. Filosofia - 1. Ética
ÉTICA, ENSINO DE FILOSOFIA E CIDADANIA NO ENSINO MÉDIO EM ALAGOAS
Ana Bárbara da Silva Nascimento 1
Walter Matias Lima 1
(1. CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS)
INTRODUÇÃO:
Discutir a Filosofia no ensino médio brasileiro parece a princípio uma tarefa fácil, dada a diversidade de escritos que recentemente estão sendo publicados. A intenção aqui é abordar os benefícios dessa atividade para o aluno do ensino médio, que necessita problematizar já, na escola, as questões que permeiam sua existência. A discussão de certos problemas (ética/ moral/ racismo/ direitos/ justiça/ entre outros) em sala de aula só desperta a atenção do aluno quando conseguem desequilibrar qualquer resposta que o mesmo tenha a priori para o assunto que está sendo abordado. Mas todo desequilíbrio provoca uma necessidade de equilibração que, por sua vez, exigirá do aluno um posicionamento, criando uma seqüência de idéias que possibilitará a construção de conceitos, que é o papel fundamental da Filosofia.
METODOLOGIA:
A experiência da Filosofia na sala de aula precisa passar pela conscientização da importância da leitura (que aqui não se entenda leitura como exclusivamente o manuseio do livro, mas como as diversas maneiras e opções que se tem para ler: música, teatro, cinema, revistas, arte e livros), como possibilidade de auxílio para as diversas formas de se ler a realidade na qual esses alunos estão inseridos e do mundo como um todo. Este mundo que alunos e professores vivenciam em suas diferenças e semelhanças. Essa leitura-experiência (Kohan, 2002:8) deixa a filosofia dentro da sala de aula livre para abrir questionamentos, que não estão soltos e muito menos programados para acontecer em determinado dia e hora, mas que nascem de cada aluno em particular à medida que a problemática discutida, ou o texto trabalhado, se aproxima de sua realidade e que são aproveitados pelo professor.
RESULTADOS:
O debate, a discussão, a argumentação em sala de aula são instrumentos que viabilizam o aparecimento do inusitado, do elemento surpresa, do inesperado que alunos e professores trazem consigo em forma de argumentações, afirmações e dúvidas, e assim fazem uma ponte entre a Filosofia e a realidade, abrindo espaço para que a experiência da Filosofia não se encerre em apenas ensinar a tradição de sua história, mas aliada aos conceitos dessa mesma tradição da história da Filosofia possa trabalhar questões existenciais, que sempre foram centrais a Filosofia e que estão mais próximas daquilo que desperta o interesse dos alunos.
CONCLUSÕES:
Ensinar Filosofia é assumir o desafio de motivar aqueles que não têm conhecimento sobre a Filosofia, ou até mesmo têm, mas não sabem como trabalhar esse conhecimento, a buscá-la, já que a Filosofia é uma busca interminável, mas é nesta busca que está o que nos torna filósofos. É motivar o aluno a construir seus próprios conceitos, refletir a partir do que lhe parece importante, contemplar aquilo que lhe for interessante e poder problematizar o que não se apresente como igual, uma vez que o igual quase nunca é problematizado, sendo assim poder questionar o diferente estando aberto para conhecer com ele. A meu ver a Filosofia trabalha a questão do contraste, do conflito, da diferença que se está “entre um olhar que a contempla de cima e um olhar que a vive de dentro” (Larrosa, 2004:271). É o caráter de trabalhar o paradoxo que revela a identidade da Filosofia, possibilitando ao professor em sala de aula amarrar na árvore da realidade o fio de Ariadine e seguir em frente conduzindo os alunos pelo labirinto à procura de conhecimento nessa busca que nunca cessa.
Instituição de fomento: FAPEAL
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: FILOSOFIA; ÉTICA; CIDADANIA.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006