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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional

ANÁLISE DA REVERSIBILIDADE DAS MODIFICAÇÕES NA CAPACIDADE DE ABSORÇÃO DE ENERGIA PRODUZIDAS PELO ALONGAMENTO MUSCULAR E PELO FORTALECIMENTO EM POSIÇÃO ALONGADA: UM ESTUDO DE FOLLOW-UP.

Juscélio Pereira da Silva 1, 2, 3
Pollyanna Figueiredo Gomes 1, 2, 3
Maria Teresa Figueiredo Freire 1, 2, 3
Rachel Soares Bricio 1, 2, 3
(1. Departamento de Fisioterapia; 2. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional; 3. Universidade Federal de Minas Gerais)
INTRODUÇÃO:
Um importante recurso do sistema músculo esquelético é a habilidade de absorver e dissipar as forças que são impostas sobre ele durante o desempenho de atividades funcionais e esportivas. O aumento da capacidade de absorção de energia pelo tecido muscular pode auxiliar na prevenção de lesões musculares e na melhora do desempenho funcional. Um estudo de intervenção desenvolvido previamente com 45 indivíduos saudáveis demonstrou que tanto o alongamento quanto o fortalecimento em posição alongada, são estímulos capazes de aumentar a capacidade dos músculos isquiotibiais absorverem energia, representada pela área abaixo da curva torque/ângulo passiva. O presente estudo verificou o comportamento dos ganhos na capacidade de absorção de energia decorrentes dos treinamentos nestes mesmos indivíduos em um follow-up de quatro e oito semanas após o término do período de treinamento. Além disto, este estudo também comparou o efeito do destreinamento entre os grupos que fizeram alongamento muscular e fortalecimento em posição alongada.
METODOLOGIA:
Trinta e um sujeitos dos 45 que participaram do estudo prévio se apresentaram nas duas reavaliações e compuseram a amostra deste estudo. Um dinamômetro isocinético foi utilizado no modo passivo para avaliar o torque de resistência da articulação do joelho, enquanto esta era extendida através do arco completo de movimento. A atividade muscular foi monitorizada para garantir silêncio eletromiográfico dos músculos envolvidos. ANOVA com medidas repetidas foram utilizadas para testar o efeito grupo e o efeito tempo. Contrastes pré-planejados identificaram os pares específicos nos quais foram encontradas as diferenças.
RESULTADOS:
Os resultados deste estudo evidenciaram uma perda significativa na energia absorvida no grupo fortalecimento após quatro semanas (p=0,0001) e em ambos os grupos alongamento (p=0,0151) e fortalecimento (p=0,0001) oito semanas após o término do período de treinamento. Não houve diferença significativa em relação ao tempo no grupo controle. Houve uma diferença significativa em relação à perda da energia absorvida quando se compara os grupos (p=0,048), sendo que a diferença significativa está presente entre os grupos fortalecimento e controle (p=0,014) e entre os grupos fortalecimento e alongamento (p=0,0312).
CONCLUSÕES:
A adaptabilidade dos tecidos é explorada na clínica com o objetivo de prevenir ou reabilitar lesões músculo esqueléticas. No entanto, a retirada dos estímulos responsáveis pelas mudanças parece contribuir para o retorno dos tecidos às características funcionais pré-intervenção. Este estudo sugere que programas de fortalecimento em posição alongada e de alongamento com duração de oito semanas e posterior liberação dos indivíduos para suas atividades usuais de vida diária, podem ser insuficientes para promover mudanças duradouras na capacidade de absorção de energia.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Destreinamento; Absorção de energia; Propriedades musculares.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006