Aqui, o currículo é entendido como um processo cultural, dinâmico e como um entre - lugar identitário. Em certos momentos, ele define, orienta, indica, em outros é desconstruído, rejeitado, transgredido, negociado. Investigo nos livros didáticos de ciências utilizados no Ensino Fundamental, as perspectivas identitárias / diferenças  em congelamento histórico - nas imagens. Proponho problematizar os modelos de normalidade versus anomarlidade, beleza versus feúra, intelectualidade, saúde, profissão, , etc, estabelecido pela cultura iluminista. A idéia de naturalização das questões sociais prejudica a compreensão de que a educação e o currículo constituem-se como campos de negociação constante pela defesa dos interesses e também pela afirmação dos direitos sociais. A noção da cultura articulada ao ensino de ciências tem como objetivo uma pedagogia que promova a reflexão sobre o mundo na tentativa de superar a dicotomização “eu” versus “outro”, as classificações e as hierarquizações entre os seres humanos.

O olhar da ciência, assim, é entendido como um dos olhares possíveis As dualidades estéticas – o que é bonito, o que é feio – tornam-se questões superadas. O que há posto são, ambigüidades, inter-relações, hibridizações das identidades, diferenças.

Nas palavras de Silva (2005), o ser humano que cabe na educação da ciência deveria “responder à sua corporeidade, à sua cultura, que o definiu... sob o signo da diferença que nos constitui na condição de homens e de mulheres plurais” (p. 150). Esse é um desafio da educação em tempos pós-coloniais.

Instituição de fomento: CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO

Trabalho de Iniciação Científica