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C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada

FORMAÇÃO DE BIOFILME EM AMOSTRAS DE Candida sp.

Natália de Souza Botelho 1
Fernando César Bizerra  1
Paulo Roberto Ceridório Corrêa  1
Narjara Do Carmo Oliveira  1
Mariana Caldas Minari 1
Sueli Fumie Yamada Ogatta 1
(1. Universidade Estadual de Londrina / UEL)
INTRODUÇÃO:
Muitas infecções causadas por Candida sp. estão relacionadas à formação de biofilmes (DOUGLAS, 2003). Existem evidências de que em casos de vaginite por Candida, as células fúngicas formam biofilme na superfície epitelial local (DOUGLAS, 2003). Uma característica das células do biofilme de Candida sp. é a resistência aos agentes antifúngicos. Esse fenótipo pode ser intrínseco das células ou adquirido através de transferência de material genético que pode ocorrer entre as células presentes no biofilme (DONLAN, 2001).
METODOLOGIA:

Foram utilizadas nesse trabalho 36 amostras de Candida sp., isoladas de fluido vaginal. As maostras foram coletadas no Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas – LEPAC, da Universidade Estadual de Maringá no período de 1 de agosto a 1 de outubro de 2003. A identificação das espécies foi realizada através de testes fenotípicos convencionais, tais como formação do tubo germinativo e de clamidoconídeo, provas de assimilação de açúcares (Larone, 1995; Kurtzman & Fell, 1998). Além disso, foram utilizadas técnicas moleculares baseadas na reação de amplificação em cadeia pela polimerase (PCR). A formação da camada de biofilme pelos isolados vaginais foi analisada segundo a metodologia descrita por Shin et al. (2002) com algumas modificações. Foram realizados testes de susceptibilidade das células planctônicas ao antifúngico fluconazol.

RESULTADOS:

Das 36 amostras de Candida sp., 28  foram positivas para formação de biofilme e 8 foram negativas. Aproximadamente 57,1% das amostras positivas foram classificadas como fracamente produtoras, 39,2% como moderadamente produtoras e apenas 1 (3,6%) isolado como fortemente produtora de biofilme. Além do ensaio da formação de biofilme, também foi realizada a avaliação da sensibilidade ao fluconazol das células planctônicas dos isolados de Candida sp., determinada através da técnica de microdiluição em caldo, segundo normas do NCCLS (200). Assim, das 20 amostras de C. albicans analisadas 15 (75%) apresentaram o perfil de resistência ao fluconazol, enquanto apenas 3 (18,7%) entre os 16 isolados das espécies não-albicans foram resistentes ao mesmo. 

CONCLUSÕES:
Em quadros de vaginites por Candida sp. acredita-se que algumas células fúngicas presentes na superfície da mucosa fazem parte de um biofilme misto em conjunto com membros da flora bacteriana vaginal. A resistência das células do biofilme à terapia antifúngica convencional pode prevenir a completa erradicação dos organismos do lúmen vaginal e explicaria a freqüente recorrência da candidíase vulvovaginal (DOUGLAS, 2003). Neste estudo os isolados vaginais apresentaram capacidade de formar biofilme em material inerte. Essa característica pode estar relacionada com a colonização da mucosa vaginal e conseqüente desenvolvimento de candidíase vulvovaginal quando algum fator predisponente se fizer presente. Outros estudos são necessários para compreender o significado biológico desses resultados
Instituição de fomento: CNPq , PROPPG/UEL
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: biofilme; Candida sp; fluconazol.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006