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C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 2. Microbiologia Aplicada

PREVALÊNCIA DO VÍRUS DA INFECÇÃO HIPODERMAL E NECROSE HEMATOPOIÉTICA (IHHNV) NO CAMARÃO MARINHO Litopenaeus vannamei EM FAZENDAS DO RIO GRANDE DO NORTE

Cimária Porfirio Rodrigues de Oliveira 1
Regina de Fátima dos Santos Braz 1
Ariane Ferreira Lacerda 1
Lígia Garcia Reis 1
Daniele Gomes de Lima 1
Francisco Emanuel Napoleão Varela Barca 1
(1. Departamento de Microbiologia e Parasitologia (DMP) / UFRN)
INTRODUÇÃO:

A criação do camarão marinho Litopenaeus vannamei é uma importante atividade econômica no Rio Grande do Norte (RN), porém um dos problemas enfrentados na carcinicultura são as doenças infecciosas. As infecções bacterianas e virais na área da carcinicultura representam o maior problema enfrentado pelos carcinicultores (Lightner & Redman, 1998), entretanto as viroses são as mais temíveis e danosas enfermidades (Lightner et al. 1997). Devido a carcinicultura ser a área de agronegócios mais rentável do RN é importante a utilização de procedimentos de diagnóstico das infecções, permitindo que o produtor tome as medidas cabíveis para salvar a população de camarão (Lightner; Redman, 1998; Nunes; Martins, 2002). A Reação de Polimerase em Cadeia (PCR) tem grande importância no diagnóstico, devido à alta especificidade e sensibilidade na obtenção dos resultados (Nunes & Martins, 2002). No presente trabalho a doença infecciosa abordada é causada pelo vírus da Infecção Hipodermal e Necrose Hematopoiética (IHHNV) responsável por causar perdas catastróficas em cultivos de L. vannamei. Este vírus de ssDNA com genoma de 4,1Kb, da família Parvoviridae, apresenta 22nm de diâmetro, possuindo capsídeo icosaédrico e ausência de envelope (Nunan & Lightner,2000; Júnior et al. 2002). Desta forma o objetivo do trabalho foi determinar a prevalência do vírus IHHNV em amostras de L. vannamei, de duas fazendas de camarão do Rio Grande do Norte, através da PCR.

METODOLOGIA:

Para a execução deste trabalho foram realizadas duas coletas na fazenda de Canguaretama, sendo uma na estação chuvosa e outra na seca, e uma outra coleta na fazenda de São Gonçalo do Amarante, na estação chuvosa. As amostras de camarão foram coletadas aleatoriamente dos viveiros e posteriormente retirado o segundo par de pleópodo e 200µl de hemolinfa de cada camarão, a fim de iniciar o processo de extração de DNA. Posteriormente as amostras foram submetidas à amplificação de DNA, pela Reação de Polimerase em Cadeia (PCR), na qual foram utilizados primer 2 e 3 para o fragmento específico do IHHNV e o primer 6 e 7 para a sequência específica de β-actina do camarão. A reação foi realizada em termociclador nas seguintes condições: 1 ciclo de desnaturação inicial a 95°/ 5 minutos, precedido por 40 ciclos de desnaturção a 95°/ 1 minuto, anelamento a 62°/ 1 minuto e extensão a 72°/ 1 minuto e 1 ciclo de extensão final a 72°/ 7 minutos. O produto da PCR (182pb com primer 2 e 3, e 339pb com primer 6 e 7) foi anlisado por eletroforese em gel de poliacrilamida a 8% em tampão TBE 1X e coloração pela prata, conforme Sanguinetti et al (1994).

RESULTADOS:

A prevalência do IHHNV na estação chuvosa foi de 35% (7/20) e 41,6% (25/60), nas fazendas F1 e F2, respectivamante. Na estação seca, a prevalência foi de 40% (8/20), na fazenda F1. Foi observada uma correlação de apenas 10% (2/20) entre a presença de IHHNV e os sinais de infecção nos camarões.

CONCLUSÕES:

As prevalências de IHHNV em ambas as fazendas e entre os períodos analisados não apresentaram diferença significativa entre si, sendo também constatada uma fraca associação entre a presença de sinais de infecção e presença de IHHNV detectada por PCR. Foi possível concluir desta forma que a técnica de PCR foi mais eficiente para o diagnóstico em comparação aos sinais clínicos.

 

Maiores estudos são necessários para verificar a prevalência do vírus em fazendas localizadas em regiões de diferentes salinidades e densidades de camarão/m2.

Instituição de fomento: Banco do Nordeste do Brasil (BNB)
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Prevalência; IHHNV; Reação da Polimerase em cadeia.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006