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D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia

A influência de hormônios esteroidais femininos na indução da tolerância oral a Ovalbumina (OVA). A possível função das células Gr1+.

 

Patricia Hayashida Ribeiro 1
Pauline Rosseti Provinciato 1
Auro Nomizo 1
(1. Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP)
INTRODUÇÃO:

Níveis de hormônios femininos mudam durante a vida da mulher como na puberdade e menopausa ou em algumas situações patológicas como algumas neoplasias e infecções. Evidências indicam que hormônios sexuais como estrógeno, progesterona e testosterona influênciam tanto positivamente como negativamente células do sistema imunológico na diferenciação, expansão, ativação, propriedades funcionais/efetoras e morte (SCHUURS & VERHUEL, 1990; LANG, 2004). Doenças autoimunes como Diabetes Tipo I, Artrite reumatóide e Esclerose multipla são afetadas por mudanças nos níveis de hormônios sexuais (ANSAR-AHMED et.al., 1985). Administração de um antígeno solúvel via mucosa induz uma resposta do sistema imunológico que é caracterizada pela redução na resposta de células T e/ou B, para o antígeno sendo referido como tolerância oral. Não é conhecido o efeito dos hormônios sexuais femininos na indução da tolerância oral.

METODOLOGIA:

Usamos camundongos BALB/c controles (sham), imunizados e tolerizados a OVA. Em alguns ensaios realizamos reposição de hormônios (estradiol) ou depleção in vivo com mAb anti-Gr1 (RB6-8C5) Os níveis de citocinas e anticorpos anti-OVA foram determinados por ELISA. A imunofenotipagem das células esplênicas foram analisadas por FACS.

RESULTADOS:

Verificamos que OVX não afeta a produção de anticorpos específicos, mas aumenta a produção de IFN-g e TNF-a, sugerindo que a resposta imune é desviada para Th1 e  leva a um aumento da população de células Gr1+ e CD3+Gr1+ bem como, a presença de células CD8intCD62L+. Interessantemente, a OVX facilita a indução à tolerância oral a OVA, quando comparados a animais tolerizados controles. O efeito facilitatório da OVX no estabelecimento da tolerância oral correlaciona com a presença de Gr1+ e CD3+Gr1+ e células T produtoras de IFN-g e TNF-a. O tratamento com mAbs anti-Gr1+ ou estradiol, abole o efeito facilitatório da OVX na indução de tolerância pela administração previa de OVA pela via oral.

CONCLUSÕES:

Os hormônios sexuais femininos inibe a produção de citocinas Th1, bem como, demonstramos pela primeira vez que inibe a indução da tolerância oral a OVA possivelmente modulando a atividade funcional de células regulatórias Gr1+/ CD3+Gr1+ produtoras/indutoras de IFN-g e TNF-a.

Instituição de fomento: CNPq, FAPESP e FCFRP
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: tolerância oral; ovalbumina; hormônios sexuais femininos.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006