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E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 5. Zootecnia
QUANTIFICAÇÃO DO VOLUME DE DEJETOS PRODUZIDOS PELA ATIVIDADE SUINÍCOLA E ÁREA PARA APLICAÇÃO NA MICRO-BACIA DA SANGA GAUCHA EM PATO BRAGADO
Vanessa Karina Nardi 1
Rosiane da Silva Oliveira 1
Nardel Luiz Soares da Silva 2
Wilson João Zonin 2
(1. Discente C.C.A., Universidade Estadual do Oeste do Paraná / UNIOESTE; 2. Docente C.C.A., Universidade Estadual do Oeste do Paraná / UNIOESTE)
INTRODUÇÃO:
A suinocultura é uma atividade predominantemente das pequenas propriedades rurais e de grande importância na geração de renda, além de assumir um papel de destaque na economia e emprego nas principais regiões produtoras. Porém, é considerada pelos órgãos ambientais como uma atividade altamente causadora de degradação ambiental devido a seu grande potencial poluidor. Além de que a administração adequada dos dejetos de suínos nas propriedades rurais tem sido um problema ainda pouco valorizado, mas que tem conseqüências muito sérias na preservação do ambiente. Em muitos casos, predominantemente nas pequenas e médias propriedades, os dejetos são lançados nos rios, pois os produtores não possuem equipamentos e instalações adequados para o armazenamento e tratamento dos resíduos. Sendo que, este material pode ser usado na fertilização das lavouras, trazendo ganhos econômicos, sem comprometer a qualidade do solo e do meio ambiente. Para isso, é fundamental a elaboração de um plano técnico de manejo e adubação, considerando a composição química dos dejetos, a área a ser utilizada, a fertilidade e tipo de solo e as exigências da cultura a ser implantada. A principal forma de contaminação é o excesso de nitrogênio e fósforo que polui tanto água como o solo. Com o objetivo verificar a correta aplicação dos dejetos no solo, quantificou-se a produção total de dejetos e a área disponível para posterior aplicação, verificando se a bacia em estudo gera pacivos para o meio ambiente.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado na micro-bacia da sanga Gaúcha localizada no município de Pato Bragado. Foram obtidos dados de 53 propriedades rurais, dentre estas, 6 propriedades diagnosticadas com expressiva atividade suinícola, empregando basicamente mão-de-obra familiar e constituindo-se em importante fonte de renda ao município. Os dados foram obtidos através da parceria entre Universidade Estadual do Paraná (UNIOESTE) e Usina Hidroelétrica Binacional Itaipu, do Programa Cultivando Água Boa. Os alunos estagiários do projeto realizam o levantamento das propriedades com o uso de GPS (Global Positioning System) de navegação para georeferenciar os tipos de usos, trena e formulários pré-elaborados, para confecção dos mapas de áreas utilizando programa livre QCAD e Spring. O projeto final é encaminhado ao Instituto Ambiental do Paraná que é responsável pelo licenciamento. As intervenções necessárias são calculadas e projetadas com base no Decreto 4.771 de 15 de setembro de 1965 do Código Florestal. Através do diagnóstico da propriedade quantificou-se a produção de dejetos líquido suínos de cada categoria animal, sendo considerado 27 L/dia de dejetos líquidos para porcas na maternidade, 1,4 L/dia para leitões em creche, 9 L/dia para machos, 16 L/dia para demais fêmeas e para suínos em terminação com lâmina d'água 12 L/dia, avaliando se a produção total de dejetos pode ser aplicada nas áreas de agricultura e pastagem disponíveis.
RESULTADOS:
Os dados foram quantificados utilizando-se métodos da estatística descritiva e descritos com base na freqüência absoluta e relativa. Foi quantificado um número de animais equivalente a 4.880 (quatro mil e oitocentos e oitenta), sendo 100 (cem) fêmeas, 1253 (mil duzentos e cinqüenta e três) em terminação com lâmina d'água, 435 (quatrocentos e trinta e cinco) fêmeas em maternidade, 3090 (três mil e noventa) leitões e machos que correspondem a 2 (dois), com uma produção diária total de dejetos estimada em 32,73 m³ ou 11.945 m³ por ano. A área disponível de agricultura e pastagem para a aplicação é de 74,1014 hectares, nos quais poderão ser distribuídos anualmente 2.530 m³, com uma capacidade suporte de 40 toneladas/ha/ano. Somente uma propriedade (16,6%) não gera excedente. As 5 propriedades restantes (83,4%) apresentam área própria para aplicação, porém não são suficientes para suportarem a carga de dejetos, caracterizando-as como insustentáveis. Todas as áreas estudadas apresentam esterqueiras, porém em 50% há a necessidade de construção de uma nova esterqueira e em 50% reforma para que haja um armazenamento e tratamento adequado dos dejetos, pois se encontram em estado inadequado.
CONCLUSÕES:
Com base na quantidade total de dejetos produzidos por ano e na área disponível para aplicação do mesmo, verificou-se que há um excedente de 9.415 m³, de dejetos de suínos produzidos que não possuem área própria para aplicação. No entanto, é necessário que sejam manejados, armazenados, tratados e aplicados de forma racional, considerando a composição química dos dejetos, a área a ser utilizada, o tipo de solo e as exigências da cultura a ser implantada, evitando, dessa forma, o acúmulo de elementos tóxicos no solo, principalmente metais pesados e poluentes orgânicos; contaminação da água sub-superficial por meio da lixiviação de compostos resultantes da decomposição do dejeto no solo; contaminação em áreas de aplicação, adjacentes e corpos hídricos superficiais devido ao transporte por escorrimento superficial do material e volatilização de compostos que, embora menos expressiva, constitui outra forma de dispersão e poluição ambiental, além de trazer inconvenientes como odores e atração de vetores.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Suinocultura; Produção dejetos; Aplicação dejetos.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006