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E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 1. Construções Rurais
GERAÇÃO DE RESÍDUOS E MEIO AMBIENTE: UM ESTUDO A PARTIR DO USO ADEQUADO DAS INSTALAÇOES EM NÚCLEOS PRODUTORES DE SUÍNOS
Rosiane da Silva Oliveira 1
Vanessa Karina Nardi 1
Nardel Luiz Soares da Silva 2
Wilson João Zonin 2
(1. Discente C.C.A., Universidade Estadual do Oeste do Paraná / UNIOESTE; 2. Docente C.C.A., Universidade Estadual do Oeste do Paraná / UNIOESTE)
INTRODUÇÃO:
Na região da Bacia do Paraná III, a suinocultura é uma atividade presente em muitas propriedades, empregando basicamente mão-de-obra familiar, constituindo-se em uma importante fonte de renda e estabilidade social, sendo esta uma atividade predominante nas unidades de até 100 ha. A suinocultura convencional convive com infiltrações de chuvas, deficiências estruturais das edificações e com os desperdícios de água de manejo, ocorrendo este grande parte nos bebedouros, por falta de manutenção ou por bebedouros inadequados a fase de produção. Em regiões de bacias hidrográficas com intensa produção de suínos, há uma relação direta entre os índices de precipitação de chuvas e o aumento da poluição nos rios. Esta poluição ocorre quando as águas do escorrimento superficial e dos telhados das edificações, encontram os dispositivos de dejetos como canaletas, caixas de passagem, e outros, e por via desses as águas serem conduzidas para as esterqueiras, e estas por não ter este fim não suportam o volume, escoando o excedente para os sistemas hídricos. Com objetivo de minimizar a poluição do meio ambiente por resíduos da suinocultura a partir do uso correto das instalações, foram estudadas seis propriedades da linha Curvado em Marechal Cândido Rondon, produtoras de suínos em fase de terminação.
METODOLOGIA:
Os dados foram obtidos a partir do Projeto de Readequação Ambiental de propriedades rurais no município de Marechal Cândido Rondon pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) em parceria com ITAIPU no programa Cultivando Água Boa. São participantes acadêmicos e professores orientadores, que divididos em equipes fizeram a coleta e processamento de dados, sendo usado equipamentos de precisão significativa (GPS de navegação, trena) e o contato com os produtores. Foram três etapas: primeiramente uma visita técnica para diagnosticar passivos, verificando condições de instalações, riscos de poluição ambiental entre outros. Seguido por um projeto, que identifica as modificações a serem feitas para readequação, e por fim, o projeto executivo que contém todas as intervenções necessárias com seus respectivos custos. Neste trabalho, foram analisados os itens: isolamento da instalação de águas pluviais, evitando a junção à produção de dejetos. A existência de beirais adequados e calhas, pelo fato de as águas conduzidas pelos telhados escoarem para o interior das instalações. A conservação das canaletas para condução dos resíduos ao armazenamento ou tratamento sem perdas deste material, e a não condução de outros materiais não comprometendo sua capacidade. Outro ponto observado foi a capacidade da esterqueira, sendo esta suficiente ou não a produção. Esta avaliação foi feita levando em consideração os critérios do Plano Nacional do Meio Ambiente – PNMA/Suinocultura.
RESULTADOS:
Quanto ao isolamento das instalações das águas da chuva, 33,3% das propriedades necessitam readequação e 66,7% encontravam-se adequadas. As águas de chuvas que se precipitam a montante dos sítios de produção deverão ser interceptadas e infiltradas no solo, mediante a construção de terraços de infiltração de maneira a não atingirem a área dos sítios. Em relação a existência de beirais e calhas, 33,3% das propriedade não possuíam beirais e das 66,7% que o possuíam, 50% não continham calhas. A não existência de calhas pode acarretar em contaminações do ambiente, sendo que as águas precipitadas lavam o solo e conduzem aos mananciais, matéria orgânica. Quanto a canaletas, 100% das propriedades deverão readequar para evitar condução de materiais indesejados. As canaletas externas de dejetos existentes deverão ser cobertas com placas de concreto com caixas de passagem. Convém lembrar que a armazenagem de dejetos visa a posterior o uso destes em lavouras, pastagens e outras áreas na época adequada, sendo preciso estabelecer um plano de utilização e determinação do período e local de estocagem. Considerando um volume de produção de dejetos de 12L/animal/dia e armazenamento por 120 dias, 50,0% das propriedades possuíam esterqueiras com capacidade menor que o volume produzido, havendo necessidade de construção de uma nova esterqueira, já 33,3% estavam em boas condições de armazenagem com tamanho suficiente, e 16,7% não havia local para armazenagem.
CONCLUSÕES:
Todas as propriedades estudadas necessitam de readequação em pelo menos algum dos pontos analisados, destacando-se construção de terraços para a contenção de águas; implantação de beirais e calhas; reforma de canaletas, para condução somente de dejetos sem subseqüentes perdas; e adequação das esterqueiras sendo estas fundamentais para contenção dos dejetos produzidos com posterior destinação final destes resíduos sem que haja contaminação do meio.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Suinocultura; Instalações; Sustentabilidade.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006