O principal elemento no custo de produção de suínos é a alimentação, que representa aproximadamente 70% de todo o custo de produção. Desse modo, as empresas e universidades têm conduzido estudos visando reduzir o custo da alimentação, através da modificação nos componentes da ração (NUNES, 2000). Um dos principais componentes da ração de suínos é o fósforo, um nutriente essencial em vários processos metabólicos dos animais. Ele representa 1,0 a 1,5% das despesas totais da alimentação, principalmente, em suínos (DeLUCA, 1999). As dietas para suínos são compostas basicamente por ingredientes de origem vegetal principalmente milho e soja, sendo que a maior parte do fósforo presente nestes ingredientes se encontra na forma de ácido fítico, cerca de 60% a 80% do fósforo total, o qual indisponibiliza o fósforo para suínos (TEJEDOR et al., 2001). Já a algum tempo, utiliza-se a enzima exógena denominada fitase, que quebra o ácido fítico, com objetivo de incrementar o aproveitamento de fósforo, aminoácidos e dos carboidratos, representando uma economia significativa no custo final da formulação das rações e diminuição da quantidade de fósforo excretada. No entanto, até o presente momento nenhum trabalho cientifico foi feito para com o objetivo de analisar a influência da adição de fitase à ração mediante à avaliação microscópica de ossos.

Amostragem

Foram selecionados 28 suínos, fêmeas, peso médio 60 kg e com dois animais alojados por baia, realizado no Setor de Suinocultura da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás. As dietas experimentais foram formuladas com milho e farelo de soja. Foram utilizadas as exigências nutricionais propostas pelo NRC (1998) e a composição dos alimentos sugerida por ROSTAGNO et al. (2000). A enzima usada na formulação das dietas apresentava uma concentração de 2500 unidades de fitase e foi adicionada na proporção de 300g por tonelada de ração. Os animais foram abatidos e coletou-se o metacarpo de cada animal, então, foram fixados e descalcificados; confeccionou-se as lâminas e corou-se pelo método de HematoxilinaEosina. Realizando as análises microscópicas em microscópio óptico de campo claro.

 Tratamentos

Os tratamentos utilizados durante a fase experimental foram:

Tratamento 1 (T1) - grupo controle ração com suplemento micromineral – vitamínico recomendados.

Tratamento 2 (T2)  - ração sem suplemento micromineral - vitamínico

Tratamento 3 (T3)  - ração sem suplemento micromineral - vitamínico com fitase

Tratamento 4 (T4)  - ração sem suplemento micromineral – vitamínico com fitase e  sem 1/3 de fosfato bicálcico (fósforo inorgânico).

Tratamento 5 (T5) - ração sem suplemento micromineral - vitamínico com fitase e sem 2/3 de fosfato bicálcico (fósforo inorgânico).

Alterações microscópicas referentes à osteocondrose foram observadas em todos os tratamentos. Neste experimento, não foram observados sinais clínicos dessa enfermidade (SOBESTIANSKY et al, 2003). Houve uma variação, expressos em porcentagem de 25 a 75% dos animais nos diferentes tratamentos.Os resultados no presente experimento demonstraram que ocorreram lesões características de raquitismo, expressos em porcentagem que variaram de 25 a 100% dos animais. O grupo controle não apresentou alterações microscópicas de raquitismo. Nos tratamento (T2, T3 e T4) apresentaram 25% de animais com alterações típicas de raquitismo. Entretanto, nos tratamentos T5 e T6, observou-se um aumento significativo na verificação e na intensidade das alterações microscópicas, respectivamente, 75% e 100% dos animais.

O presente experimento demonstrou que o uso da fitase deve ser recomendado com segurança como substituto do fósforo em até um terço do seu valor total da dieta.A adição de fitase não se mostrou eficiente quando se retirou 66,6 e 100% de fósforo inorgânico na dieta, considerado os achados microscópicos.