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C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 5. Genética Vegetal
CONSERVAÇÃO E VIABILIDADE DO GRÃO-DE-PÓLEN, ARMAZENAMENTO E SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA DE SEMENTES DO MARACUJAZEIRO DOCE E , PROPAGAÇÃO ASSEXUAL POR MEIO DE ESTACAS
Suelen Rosana da Cruz França 1
Tarsis de Aguiar 1
Luiz Antônio de Abreu 1
Maricelma Simiano Jung 2
(1. Alunos da 6ª ou 7ª Fase do Curso de Ciências Biológicas da UNISUL - Tubarão; 2. Mestre-Rec.Gen Vegetais, Profa.Titular na UNISUL/Curso Agronomia e C. Biológicas)
INTRODUÇÃO:
O Passiflora alata é uma planta frutífera que desperta interesse econômico por suas características estéticas, medicinais, organolépticas e nutricionais. A região litorânea do Estado de Santa Catarina é caracterizada por condições climáticas subtropicais, apresentando grande potencial para o cultivo de fruteiras de clima tropical, como o maracujazeiro doce, que tem sua região de origem nos trópicos e sub-trópicos. Para facilitar o cruzamento entre plantas é necessária a manutenção da viabilidade do pólen por um certo tempo. Além disso, transportar pólen é mais fácil do que transportar plantas vivas. Logo é indispensável a conservação deste nos casos em que a sua fisiologia é investigada. A propagação do maracujazeiro doce é realizada por via sexuada (sementes). A obtenção de uma maior uniformidade e alta porcentagem de germinação dependem da retirada do arilo, por meio da fricção das sementes com areia em uma peneira. Entretanto, algumas sementes não germinarão, mesmo em condições aparentemente ideais de temperatura, suprimento de água e oxigênio. Estando, portanto, em dormência. Contudo, existem plantios comerciais implantados com mudas enraizadas de estacas. Assim, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar: o efeito de diferentes condições de conservação do pólen; armazenamento e a superação da dormência de sementes, submetidas a diferentes tratamentos; a taxa de enraizamento de estacas em diferentes substratos e concentrações de AIB.
METODOLOGIA:

Para a Conservação e viabilidade do grão-de-pólen: As anteras contendo-os foram retiradas de 100 flores de plantas floridas. Estas foram colocadas em bandejas de papel sob temperatura ambiente de 250C. Em seguida, foi feita a retirada do pólen, sendo colocados em uma placa de Petri, vedada com filme plástico, para serem submetidos aos tratamentos de conservação. Como controle, eles foram colocados em meio de cultura, sem terem passado por nenhum tipo de conservação.

Armazenamento de sementes do maracujazeiro doce: Foram colhidos 50 frutos maduros  de plantas de maracujazeiro doce na EPAGRI de Urussanga. Os frutos foram avaliados quanto às características morfológicas e fitossanitárias. As 3600 sementes passaram por tratamento e foram colocadas em cinco sacos de papel, contendo cada um 240 sementes, e cada um desses dentro de saco plástico, que foram hermeticamente fechados (quase em ar).

Para a superação da dormência de sementes do maracujazeiro doce: 600 sementes foram colocadas em caixa de epóxi contendo papel germinex, sendo feitos 5 tratamentos. Sendo testados 40 dias depois.

Propagação assexual através de estacas: Foram coletados ramos secundários de plantas de maracujazeiro doce, na EPAGRI de Urussanga, e cortados de modo a formarem 480 estacas de 20 a 25 cm de comprimento. Após 40 dias, avaliou-se o número de estacas enraizadas e brotadas.
RESULTADOS:

1º experimento: Todos os grãos-de-pólen foram contados e sua viabilidade foi testada em meio de cultura feito com 10 g de ágar em 1 litro de água destilada e, dispensado em placas de Petri (10 ml/placa), contendo combinações de sacarose (0 g/L, 20 g/L e 50 g/L) e ácido bórico (0 g/L, 0,2 g/L e 0,4 g/L). Foi considerado germinado o grãos-de-pólen cujo comprimento tivesse ultrapassado o diâmetro do próprio grão-de-pólen. Assim, o experimento consistiu de 45 combinações entre níveis de três fatores, cada uma delas repetidas quatro vezes.

2º experimento: A viabilidade das sementes foi avaliada através do percentual de germinação aos 30, 60, 90, 120 e 240 dias após o armazenamento. Após cultivou-se tais sementes em tubetes e a contagem das sementes germinadas. O delineamento experimental utilizado nesse ensaio que avaliou os fatores condição e tempo de armazenamento  foi completamente casualizado, com quatro repetições.

3º experimento: Após 40 dias da implantação do experimento, foi realizada a contagem das sementes germinadas.

4º experimento: Após 40 dias, avaliou-se o número de estacas enraizadas e brotadas.
CONCLUSÕES:
Os resultados obtidos nesse trabalho sugerem que a conservação e manutenção da viabilidade do pólen in vitro em cultivares de maracujazeiro (Passiflora alata) é possível de ser feita à temperatura ambiente por um período máximo de 24 horas após a coleta. A maior taxa de germinação (80,3%) do grão-de-pólen ocorreu em meio com ausência de ácido bórico e 50 g/L de sacarose, mostrando que este protocolo é propício para a germinação in vitro do grão-de-pólen do maracujazeiro Passiflora alata. Dentre os métodos de armazenamento de sementes, o melhor método testado foi em geladeira (50C). As sementes de maracujazeiro doce podem ter a dormência  superada com o aquecimento das mesmas em temperatura de 38o C, por cinco minutos, o que proporciona um percentual médio de germinação de 86,6%. Em relação à propagação assexual por meio de estacas, obteve-se a maior taxa de enraizamento em soluções de AIB na concentração de 1,5 g/L e 2 g/L e que as estacas de maracujazeiro doce enraízam, na sua maioria entre 30 e 40 dias após o enterrio, podendo ser utilizado substrado industrializado ou composto.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Maracujá-doce; Grão-de-pólen; Estacas.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006