No Brasil, a região Centro-Oeste concentra hoje a maior produção de grãos e algodão do país, estabelecendo ano após ano, colheitas recordes que alavancaram um crescimento regional. Uma forma de se otimizar a adubação do algodoeiro, é monitorar o estado nutricional da cultura, especialmente se este limita o desenvolvimento e a produtividade das plantas.            O conhecimento dos fatores nutricionais que estão limitando a produtividade, obtido através da avaliação do estado nutricional das plantas, permite o estabelecimento de programas racionais de adubação, cujo uso mais eficiente aumenta as colheitas, reduz os custos e os riscos de contaminação do ambiente.

Com este intuito, foram conduzidos trabalhos de monitoramento do estado nutricional da cultura do algodoeiro na região de Maracaju(MS), que engloba municípios vizinhos, a fim de se estabelecer os melhores níveis de adubação a serem utilizados pelos cotonicultores.

VI.              MATERIAIS E MÉTODOS

A abrangência do estudo será a região de Maracaju(MS), com latitude de 21^o 00’ S, longitude de 55^o 42’ W, altitude de aproximadamente 380 m, precipitação média anual variando em torno de 1500 a 1700 mm e temperatura média no verão varia de 25 a 27^oC, tendo o clima tipo Aw, segundo a classificação de Köppen. Nesta região há um predomínio de solos muito argilosos, especialmente os Latossolos Vermelhos distrófico e distroférrico.

Os trabalhos serão realizados em de duas maneiras distintas: atuação em propriedades rurais e preleções junto a produtores e técnicos da cotonicultura em cooperativas na região sul do Estado, difundindo e ensinando a técnica de monitoramento nutricional da cultura do algodoeiro para o refinamento de adubação da cultura e possíveis adubações corretivas durante o decorrer do ciclo da cultura. Quando da atuação em propriedades rurais, serão realizadas freqüentes visitas no período de cultivo do algodão nas propriedades durante a safra 2004/2005, a fim de se realizar o monitoramento nutricional e indicar possíveis correções na adubação utilizada, e após a colheita, que será realizada em maio/2005, serão realizadas as estratégias de uso e manejo de fertilizantes e corretivos para as próximas safras.

A variedade predominante utilizada nesta região é a Delta Opal®, utilizando-se espaçamento entre linhas de 0,90 m.

A amostragem de folhas para diagnose nutricional será realizada por ocasião do florescimento da cultura. Serão amostradas 30 plantas escolhidas aleatoriamente em cada talhão comercial. Cada planta escolhida terá a quinta folha (limbo+pecíolo) amostrada, a fim de compor a amostra de tecido vegetal (RAIJ et al., 1996).

Após a coleta, as amostras serão lavadas, secas em estufa com circulação forçada de ar (65±5 ^oC), moídas e tamisadas, conforme especificação em MALAVOLTA et al. (1997). As determinações dos teores foliares de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S) e micronutrientes (B, Cu, Fe, Mn e Zn) serão realizadas de acordo com a metodologia descrita em BATAGLIA et al. (1983).

Os resultados das análises de folhas serão comparados com os padrões existentes (RAIJ et al., 1996; RIBEIRO et al., 1999; SOUZA & LOBATO, 2004), conforme o preconizado em MALAVOLTA et al. (1997), e esta interpretação dos resultados subsidiará o manejo da adubação, visando o aumento de produtividade.

Baseado no resultado das análises químicas de folhas, concluiu-se que os teores dos macronutrientes, como potássio, cálcio, magnésio e enxofre, não apresentaram alterações significativas quando comparados aos valores pré-estabelecidos. Já o nitrogênio apresentou teores elevados em mais de 60% dos casos. A partir disso, pode-se levantar duas hipóteses: ou se está fazendo aplicações excessivas com adubos nitrogenados ou os valores pré-existentes precisam ser reavaliados.

Quantos aos micronutrientes, não houve alterações significativas quando comparados aos valores pré-existentes.