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E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimentos - 1. Ciência de Alimentos

EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA PECTINA DO MARACUJÁ AMARELO (Passiflora edulis flavicarpa)

Karina Nunes de Simas 1
Erika Kliemann 1
Eloísa Rovaris Pinheiro 1
Edna Regina Amante 1
Renata Dias de Mello Castanho Amboni 1
(1. Universidade Federal de Santa Catarina)
INTRODUÇÃO:
O Brasil destaca-se, atualmente, como o principal produtor e consumidor do maracujá amarelo (Passiflora edulis flavicarpa), apresentando cerca de 90% da produção mundial. A importância econômica do maracujá no Brasil e exterior está associada exclusivamente à produção de suco concentrado ou alimentos elaborados com a polpa como matéria-prima, sendo poucos os trabalhos que evidenciam a importância do reaproveitamento dos resíduos do maracujá (cascas e sementes) descartados pela indústria.  As cascas de maracujá amarelo são fontes de fibras, em especial, de pectina, o que pode garantir a utilização deste subproduto para fins específicos na indústria de alimentos, química e farmacêutica, devido principalmente a sua característica geleificante. Assim, o objetivo do presente trabalho foi a obtenção e caracterização da pectina da casca do maracujá amarelo.  
METODOLOGIA:
As amostras foram divididas em dois grupos, com e sem flavedo. Foram testados três ácidos: ácido clorídrico, ácido nítrico e ácido cítrico em diferentes condições de temperatura (40°C a 90 °C), pH (1,2, a 2,6) e tempos de extração (10 a 90 minutos). A pectina extraída de melhor rendimento e aquelas em condições favoráveis de extração foram caracterizadas quanto à umidade, cinzas, grau de metoxilação (Kmeo), grau de acetilação e grau de esterificação (ED).
RESULTADOS:
O melhor rendimento (61,40 %) foi obtido com o ácido cítrico, nas condições de pH 1,2, 90°C e 90 minutos, seguido pelo ácido nítrico e ácido clorídrico, com rendimentos de 26,51 % e  26,07 % de pectina, respectivamente. Não houve diferença estatística (p<0,05) entre as amostras com e sem flavedo nas extrações com ácido cítrico. Entretanto, a melhor extração com ácido cítrico (máximo rendimento) provocou a degradação e hidrólise da pectina, como pode ser observado pelos valores de Kmeo (3,41 %) e ED (19,67 %), inferiores aos valores reportados na literatura. As pectinas extraídas com ácido nítrico 0,5N e ácido clorídrico 0,5N apresentaram grau de esterificação acima de 50 %, o que caracteriza uma pectina de alta esterificação.
CONCLUSÕES:

De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir, que para todos os ácidos estudados, a extração é favorecida em tempo e temperatura elevados. Como o processo industrial de extração da pectina é realizado freqüentemente com ácido clorídrico e sulfúrico, que são altamente poluentes, surge a necessidade de estudos posteriores para identificação das condições ideais de extração com ácido cítrico para a obtenção de uma pectina de alto grau de esterificação.

Instituição de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: maracujá amarelo; extração; pectina.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006