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D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 8. Medicina

VALOR DO SEGUIMENTO DAS CRIANÇAS QUE FAZEM TRATAMENTO DE LEUCEMIA E SARCOMAS

 

Carolina Valente Rizzo 1
Cecília M. L. da Costa 2
Beatriz de Camargo 2
(1. Faculdade de Medicina do ABC; 2. Departamento de Pediatria do Hospital do Câncer)
INTRODUÇÃO:

Nos últimos 20 anos, com o progresso da terapia anti-neoplásica tem aumentando o n° de crianças que sobrevivem de câncer. Porém os pacientes que apresentam recaída da doença têm um prognóstico desfavorável. O momento da recaída (precoce ou tardio) é um fator prognóstico importante e sua detecção é muito discutível. Poucos trabalhos avaliam o valor do seguimento dessas crianças em relação à detecção da recaída. Os sinais clínicos, queixa do paciente e exames complementares fazem parte da avaliação do acompanhamento desses pacientes. O conhecimento do tempo médio de recaída dos pacientes, portadores de sarcomas e leucemia, e a necessidade da periodicidade dos exames clínicos e laboratoriais é importante para elaboração de um protocolo de seguimento e para otimizar os custos financeiros e emocionais durante o seguimento dos pacientes. Os objetivos foram a) determinar o momento da recaída, nos pacientes que foram tratados de leucemias e sarcomas ósseos e de partes moles (sarcoma de Ewing, Osteossarcoma e Rabdomiosarcoma), b) avaliar se a periodicidade das consultas do seguimento foi capaz de detectar a recaída nesse grupo de pacientes, c) avaliar o fator que levou a suspeita do diagnóstico da recaída e sua influência no prognóstico.

METODOLOGIA:

Trata-se de um estudo retrospectivo no qual foram avaliados os prontuários dos pacientes com sarcomas (rabdomiossarcomas, sarcoma de Ewing e osteossarcoma) e leucemias admitidos no Departamento de Pediatria do Hospital do Câncer-SP entre 1990 e 2000. Após a coleta dos dados, os mesmos foram registrados em um banco de dados. A análise estatística será realizada usando o programa SPSS versão 10.0. As variáveis foram distribuídas em categorias. A análise descritiva dos pacientes por meio de medidas de tendência central (média e mediana), dispersão (desvio padrão) e porcentagem. Para a associação entre as variáveis (diagnóstico da recaída, visitas não agendadas ou agendadas, vivos e óbitos) foi utilizado o teste do qui-quadrado. Em todas as análises o intervalo de confiança calculado foi de 95% e o valor do p<0,05 foi considerado significativo.

RESULTADOS:

Durante o período estudado foram analisados 625 prontuários, dos quais 169 apresentaram recaídas. Desses 55% (n= 93) eram sexo masculino, 68% (n= 80) não eram metastáticos ao diagnóstico. As suspeitas diagnósticas das recaídas 67% (n=114) foram reconhecidas em consultas agendadas e 79% (n=60) foram evidenciadas através de exames. A mediana do tempo do diagnóstico até a recaída no total de pacientes foi de 17 meses. Entre as visitas agendadas o diagnóstico de recaída foi 79% (n=60) por exames enquanto que em visitas não agendadas somente 21% (n=16), sendo 42% (n=32) por queixas, p=0,01. Entre os pacientes que foram a óbito 71% (n=99) e 29% (n=41) foram diagnosticados em visitas agendadas e não agendadas, respectivamente e entre os vivos 52% (n=15) e 48% (n=14), p=0,04.

CONCLUSÕES:

A maior parte das suspeitas diagnósticas foi feita em visitas agendadas e devido a exames complementares. A recaída na sua maior parte foi à distância nos rabdomiossarcomas e medular na leucemia. A detecção da recaída se em consulta não agendada ou agendada, não representou fator prognóstico na sobrevida pós-recaída.

 

Instituição de fomento: CNPq- Iniciação Científica - PIBIC
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Câncer infantil; Recaída; Seguimento.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006