Este projeto teve como objetivo avaliar a qualidade de três variedades de manga em diferentes tratamentos pós-colheita, visando reduzir as perdas na cadeia produtiva e aumentar a competitividade da fruta no mercado interno e externo.

Os tratamentos realizados nas variedades Van Dyke, Tommy Atkins e Keitt foram: 1) hidrotérmico, 2) solução de quitosana (1%), 3) tratamento combinado 1 + 2 e 4) controle (não tratado). Os frutos foram divididos em dois grupos, sendo um embalado em filme de polietileno, e o outro sem embalagem plástica e todos acondicionados em caixas de papelão tipo exportação. As mangas Van Dyke foram armazenadas em câmara à 12 ⁰C  e 90% de UR por 21 dias. Após este período, os frutos foram transferidos para temperatura ambiente, sendo retiradas as embalagens e mantidos por 4 dias a fim de se simular o período de comercialização. As demais variedades foram armazenadas em condições ambientes para avaliar a efetividade dos tratamentos e embalagem na conservação pós-colheita dos frutos. Os aspectos periodicamente avaliados em todas as variedades foram: perda de massa, cor externa (escala de notas e colorimetria), cor interna, índice de firmeza (objetivo e subjetivo), índice de doenças e defeitos fisiológicos. As avaliações químicas realizadas foram teor de ácido ascórbico, acidez e teor de sólidos solúveis (^oBrix).

Observou-se que após o período de comercialização, as mangas Van Dyke tratadas hidrotermicamente, com quitosana e o combinado, todas pré-embaladas, não atingiram a maturação adequada em suas características físicas e químicas. Os frutos não tratados e pré-embalados, entretanto, apresentaram menores índices de doenças e perda de massa que os demais tratamentos. Além disso, o ponto de amadurecimento adequado foi obtido, uma vez que apresentaram firmeza moderada e cor externa típica da variedade, além de níveis de acidez e ^oBrix desejáveis ao consumidor e alta retenção de vitamina C. As mangas Tommy Atkins embaladas mantiveram melhores as características de qualidade em relação às sem embalagem. Entre os tratamentos o que mais se destacou na redução do índice de doenças e de perda de massa, e apresentou melhor cor externa e firmeza foi o combinado/embalado. Ademais, esses frutos atingiram características químicas ótimas de consumo. Os frutos da variedade Keitt embalados em polietileno mantiveram melhores as características de qualidade em relação às sem embalagem. Em relação à perda de massa, textura e cor externa, não houve diferença significativa entre os tratamentos com polietileno. No entanto, o tratamento combinado (água quente + quitosana) e o controle apresentaram menores índices de danos, abaixo de nota 3 (limite de comercialização). Todos os frutos amadureceram de forma adequada sob os aspectos químicos avaliados.

Os tratamentos recomendados para se ter uma melhor conservação dos frutos durante a  fase pós-colheita são o filme de polietileno para a variedade Van Dyke e Keitt e o combinado Água Quente + Quitosana + Polietileno para Tommy Atkins.