IMPRIMIR VOLTAR
H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 8. Teatro e Ópera
A Capital Federal, de Artur Azevedo: reflexões sobre a Representação de um clássico
Juan Pablo Salgado Araújo Monteiro 1
Alberto Ferreira da Rocha Júnior 1
(1. Universidade Federal de São João del-Rei / UFSJ)
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho busca realizar uma análise do espetáculo de 1997 de A capital federal, comédia-opereta de Artur Azevedo (1855-1908), dirigido pelo diretor de teatro André Paes Leme, bem como sua comparação com a montagem de 1972 pelo diretor Flávio Rangel, tentando perceber as características principais de duas diferentes maneiras de criação do espetáculo.
METODOLOGIA:
O estudo se realizou a partir de algumas reflexões sobre o tema campo e cidade por Raymond Williams (1990) e nacionalidade por Bhabha (1997), tentando investigar como tais questões se projetam no espetáculo. Através de críticas jornalísticas sobre a montagem de 1972 e de uma gravação em vídeo da encenação de 1997, tentamos destacar algumas características importantes relacionadas aos elementos dos espetáculos tais como cenário, figurino, música, atores, comicidade, etc. a partir da obra A análise do espetáculo, de Patrice Pavis (2003) e dos trabalhos de duas outras bolsistas de iniciação científica - Manuela Sabino de Freitas e Valdirene de Paiva - do Grupo de Pesquisas em Arte Cênicas da UFSJ /GPAC.
RESULTADOS:
A encenação de 1997 possui um caráter museológico e é caracterizada uma “miniaturização” do palco. Além disso, o texto sofre muitos cortes e adaptações e recebe um final diferente, apresentando um grande contraste com o espetáculo de 1972, a começar pelo caráter não-mimético deste e sua dimensão grandiosa, mas principalmente pelo modo de apropriação do texto pelos diretores e suas conseqüências. É através da diversidade que A capital federal, denominada pelo próprio autor como “comédia-opereta de costumes nacionais”, constrói um painel da sociedade brasileira caracterizado pela heterogeneidade e hibridismo.
CONCLUSÕES:
É justamente o caráter museológico da montagem de Paes Leme que lhe permite substituir a apoteose ao campo por uma apoteose a própria capital federal. Assim, surge na montagem de 1997 a idéia de “idílio urbano” no lugar da consagrada idealização do campo. Mas ainda que o espetáculo na sua totalidade possua um caráter museológico, também possui características de reescritura. Sendo que essa adaptação do final da peça representaria uma atualização ou mesmo uma intervenção do diretor no texto.
Instituição de fomento: PIBIC/FAPEMIG
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Artur Azevedo; A capital federal; análise dramatúrgica.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006