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C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 1. Entomologia e Malacologia de Parasitos e Vetores
MONITORAMENTO DO VETOR DA DENGUE, Aedes (Stegomyia) aegypti (DIPTERA: CULICIDAE), EM PORTO VELHO, ATRAVÉS DO USO DE OVITRAMPAS.
Wéslia Ferreira Rolim 1
Luíz Herman Soares Gil  1
Alexandre de Almeida e Silva  1
Rafael Mesquita Bastos Cruz 1
Maisa da Silva Araújo 1
Ana Paula de Oliveira Laia  1
(1. Lab. de Entomologia - Inst. de Pesq. em Patologias Tropicais de RO / IPEPATRO)
INTRODUÇÃO:
Os mosquitos são insetos pertencentes a família Culicidae e têm atraído a atenção da saúde pública por estarem envolvidos na transmissão de infecções ao homem. Dentre elas a dengue, doença infecciosa não contagiosa causada por um arbovírus, compreendendo 4 sorotipos imunologicamente distintos. Apresenta-se como uma enfermidade aguda febril, evoluindo de modo benigno e desaparecendo a fim de poucos dias a uma semana. Em 2005, o número de casos de dengue em Porto Velho chegou a 369, 366 para a dengue clássica, 1 para a dengue hemorrágica e 2 para a “dengue com complicações” (dengue neurológica). A doença é transmitida pelo Aedes aegypti cuja proliferação é facilitada por condições precárias de saneamento básico. O método mais eficaz de controle da doença é o controle vetorial, ou seja, o combate ao mosquito. O monitoramento da distribuição do vetor pode auxiliar no combate a infecção, relacionado a presença e número de ovos com condições de moradia.
METODOLOGIA:
Instalou-se uma armadilha do tipo ovitrampa em cada um dos 64 bairros de Porto Velho, preferencialmente em locais sombreados, protegidos da chuva direta, próximo a plantas, com pouca movimentação, seja de pessoas ou de animais. Impreterivelmente, sete dias após instalação, todos os bairros foram novamente visitados para retirada das palhetas da ovitrampa. Este prazo foi determinado, para inviabilizar o aparecimento do adulto e excluir a possibilidade da armadilha se tornar um criadouro artificial para mosquitos. Em laboratório, as palhetas foram observadas em estereomicroscópio e, quando positivas, os ovos foram identificados e contados. A água das ovitrampas, se presente, foi transferida para garrafas pets adaptadas, as larvas, se presentes, também foram identificadas e contadas. As casas escolhidas para a instalação das armadilhas foram classificadas de acordo com PCI (Premise Condition Index) que categoriza três parâmetros da condição do imóvel com a presença de ovos de Aedes aegypti encontrados nas armadilhas: o estado físico da casa, a manutenção do jardim, e o nível de sombreamento do quintal.
RESULTADOS:
Foram amostrados 64 pontos referentes aos diversos bairros de Porto Velho, 46 foram positivos para ovos de Aedes aegypti (71%). Os resultados indicam que nos índices mais baixos do PCI (melhores condições de conservação da residência), a presença de ovos detectada foi maior em comparação aos índices mais altos (condições precárias de conservação da residência). No entanto, os índices mais baixos de condição do imóvel são os menos propícios para o desenvolvimento do mosquito e vice-versa. O PCI mostrou também que os índices “3” e “8” apresentaram o mesmo número de propriedades positivas, porém divergem quanto ao número de ovos de 262 no terceiro, a 63 no oitavo. Nenhum ovo de Aedes albopictus foi encontrado nas armadilhas.
CONCLUSÕES:
O grande número de ovos encontrados nas ovitrampas em Porto Velho talvez se deva as condições do saneamento básico da região onde apenas 30,7% da população têm acesso à água encanada e 20,7% têm acesso à rede de esgoto, levando a necessidade de armazenamento de água para consumo em tonéis e/ou cisternas que permanecem abertas servindo de criadouro para o mosquito. O método do PCI indicou que a presença dos ovos de Aedes aegypti nos bairros de Porto Velho não está relacionada a condições socioeconômicas demandando ações mais abrangentes da vigilância epidemiológica.
Instituição de fomento: PIBIC/CNPq e IPEPATRO.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: epidemiologia; entomologia médica; PCI.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006