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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DE EDUCAÇÃO SEXUAL COM ADOLESCENTES DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL PADRE CHIQUINHO, NO MUNICIPIO DE PORTO VELHO - RONDÔNIA.

 

Gabriele Moreira Gaspar 1, 2
Virginia Tereza Neta Freitas 1, 2
(1. Universidade Federal de Rondônia - UNIR; 2. Centro de Estudos e Pesquisa em Saúde Coletiva - CEPESCO)
INTRODUÇÃO:

A adolescência é uma etapa evolutiva caracterizada por rápidas mudanças e profundas transformações anatômicas, fisiológicas, sociais e psicológicas, próprias do processo de amadurecimento do ser humano (BRASIL, 2002). Pela lei federal nº 9.394, de 1996 - Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), a escola tem por finalidade desenvolver no educando e assegurar-lhe a formação indispensável para o exercício da cidadania. Um exemplo maior está nos Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN, elaborado pelo Ministério da Educação/MEC, com apoio de diversos especialistas, disponibilizados para todas as escolas públicas do país desde 1996. Neste documento, a proposta de orientação sexual procura considerar todas as dimensões da sexualidade: a biológica, a psíquica e a sociocultural, além de suas implicações políticas (BRASIL, 2001). Esta pesquisa teve por objetivo conhecer a organização do trabalho de educação sexual com adolescentes da escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Chiquinho de Porto Velho – Rondônia e as concepções dos professores atribuídas ao tema preconizado nos parâmetros curriculares nacionais.

METODOLOGIA:

O método utilizado neste estudo foi uma abordagem quanti-qualitativa com características de estudo exploratório descritivo. Fizeram parte do estudo dez professores do ensino fundamental da escola. De acordo com Marconi & Lakatos (1999), esse tipo de estudo tem tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com o ambiente, fato ou fenômeno para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e esclarecer conceitos. As atividades realizadas para se fazer à coleta dos dados foram divididas em três etapas: 1ª Etapa: Encaminhamento de solicitação de autorização ao Secretário Municipal de Educação juntamente com o projeto; 2ª Etapa: Reunião com os corpos administrativos e docentes da escola, esclarecendo sobre os objetivos e métodos dessa pesquisa; 3ª Etapa: Aplicação de questionários com 10 professores da escola com o intuito de identificar as concepções destes e a aplicabilidade do tema em questão na escola.

RESULTADOS:

Para se entender um pouco do perfil dos entrevistados pode-se observar que 60% dos pesquisados são homens e pertencem às faixas etárias que vai dos 32 a 46 anos de idade. 40% são mulheres entre 24 a 47 anos. Quanto ao ano de formação três concluíram no ano de 2004, dois em 2003, um em 2002, um em 1998, um em 1989 e dois em 1987. Importante ressaltar que a nova LDB entrou em vigor no ano de 1996, período este no qual, oito dos pesquisados já tinham concluído seus cursos. Dos dez professores apenas um destes relatou que a escola trabalha o tema educação sexual de forma transversal, nove destes responderam que a escola não trabalha o tema e apenas dois declararam que pretendem inserir este tema em seus conteúdos. Quanto à metodologia que melhor funcionaria para o trabalho de educação sexual na escola nove responderam que poderiam ser trabalhados através de palestras, filmes, relatos de experiências, teatro, debates e discussões. Destes, um destacou precisar de um profissional da área para a abordagem do tema. A maioria dos professores já trabalhou alguns assuntos ligados aos temas transversais. É claro que de forma indireta sem o preparo e sem a problematização do assunto, transparecendo mais uma educação bancária onde o professor fala e o aluno só escuta, esquecendo-se do processo de ensino e aprendizagem de forma interdisciplinar.

CONCLUSÕES:

Observou-se que os professores mesmo sendo a grande maioria com formação superior, cientes das mudanças na LDB e conhecedores dos PCNs, ainda estão adotando um modelo educacional antigo sem grandes mudanças nos quais assuntos como saúde, sexo, direitos, doenças são falados de maneira resumida sem discussões e problematização do assunto. Ou melhor, são apenas falados. A educação de forma interdisciplinar e transformadora ajudando no desenvolvimento de um cidadão crítico e politizado fica para trás, prejudicando uma futura sociedade que enfrentará diversos problemas no decorrer da vida.

Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Adolescentes; Educação Sexual; Concepções de professores.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006