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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional

EFEITOS DOS EXERCÍCIOS AQUÁTICOS EM RATOS SUBMETIDOS AO MODELO DESMIELINIZANTE DO BROMETO DE ETÍDIO NO TRONCO ENCEFÁLICO

Cíntia Cristina de Andrade Souza 1
Eduardo Fernandes Bondan 2
Sandra Regina Alouche 3
(1. Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Metodista de São Paulo/UMESP; 2. Doutor em Patologia Experimental e Comparada e Docente da UNICSUL; 3. Doutora em Neurociências e comportamento e Docente da UMESP)
INTRODUÇÃO:

        Esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica, geralmente incapacitante, cujo curso progressivo caracterizado por múltiplos prejuízos motores conduz para uma inaptidão severa. Estudos indicam que a desmielinização causada pela doença prejudica a neurotransmissão e que os axônios sofrem danos irreversíveis em conseqüência do processo inflamatório, contribuindo assim para uma deficiência neurológica persistente e, a longo prazo para a invalidez.

        Apesar da atual ênfase à saúde preventiva, a neurorreabilitação, de forma geral, e a fisioterapia, de forma específica, não se iniciam até que o indivíduo esteja gravemente incapacitado. Esta atuação tardia parece ser decorrente da ausência de evidência sobre os efeitos da fisioterapia precoce na EM, a qual pode ser benéfica, inócua ou até mesmo danosa para a reabilitação destes pacientes.

        Numerosos modelos experimentais que mimetizam a fisiopatologia do processo de desmielinização têm sido desenvolvidos. O modelo experimental deste estudo utiliza o Brometo de Etídio (BE) como droga gliotóxica para induzir a desmielinização, baseando-se em outros estudos que têm utilizado tal modelo para a melhor compreensão da biologia da desmielinização no SNC.

        Este estudo tem por objetivo avaliar a locomoção na barra elevada de ratos submetidos ao modelo desmielinizante do BE após atividade física com exercícios aquáticos.

METODOLOGIA:

            Foram utilizados 28 ratos Sprague Dawley, machos, de um mês de idade. Os animais foram anestesiados e, com um motor de teto, foi feito um orifício na calota óssea a 0,85cm póstero-diagonalmente e à direita do bregma até a exposição da duramáter. Com uma seringa de Hamilton, de agulha de calibre 26s, introduzida perpendicularmente até atingir a base do crânio, 10 microlitros de solução de BE a 0,1% em salina a 0,9%.

Todos os animais passaram por um período de adaptação de 10 dias na barra elevada e exercícios aquáticos antes do procedimento cirúrgico.

Os ratos foram divididos em 4 grupos aleatoriamente de sete animais cada.

Após a adaptação, os dois primeiros grupos foram submetidos a desmielinização na cisterna basal. O terceiro grupo recebeu injeção de salina e o quarto grupo foi mantido sem qualquer tipo de procedimento cirúrgico. Após a cirurgia o primeiro grupo foi submetido a exercícios aquáticos durante 31 dias, com freqüência de três sessões semanais com duração de 10 minutos. O segundo grupo, também desmielinizado, foi mantido sem exercícios. O terceiro grupo, que recebeu a injeção de salina, não realizou os exercícios, e o mesmo foi mantido para o quarto grupo. Os grupos foram avaliados em relação ao tempo tomado para completar o teste da travessia da barra elevada e escore de desempenho previamente definido nas primeiras 24 e 48 horas e nos 3º, 7º, 11º, 15º, 21º e 31º dias após a lesão.

 

RESULTADOS:

           Observou-se uma diferença significativa entre os grupos na análise qualitativa e quantitativa dos passos dos animais.

Os animais dos 3° e 4° grupos (controles) concluíram a travessia da barra elevada mais rapidamente em relação aos demais grupos.

Os animais que sofreram desmielinização e realizaram exercícios aquáticos (grupo 1) apresentaram melhor desempenho em relação ao grupo desmielinizado que não praticou exercício (grupo 2).
CONCLUSÕES:

           Os resultados deste estudo sugerem que os exercícios aquáticos são benéficos quando realizados agudamente em animais submetidos à desmielinização.

Instituição de fomento: PIBIC/UMESP
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Esclerose Múltipla; Fisioterapia; Atividade Física.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006