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E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 4. Engenharia de Água e Solo

QUALIDADE DA IRRIGAÇÃO POR MICROASPERSÃO EM POMAR DE BANANA (Musa spp) FERTIRRIGADO

Allan Cunha Barros 1
Yvesmar Resende Santa Rosa 1
Matheus Barreto Rocha 1
Marcos Eric Barbosa Brito 1
Alberto Soares de Melo 2
Antenor de Oliveira Aguiar Netto 1
(1. Departamento de Eng. Agronômica, Universidade Federal de Sergipe/ DEA - UFS; 2. Dep. de Eng. Agronômica, Universidade Estadual da Paraíba/ DEA - UEPB)
INTRODUÇÃO:
A irrigação localizada surgiu em Israel na década de 60, pela necessidade iminente de economia de água, recurso bastante escasso naquela região árida (Folegatti, 1999). Além de outras vantagens, esses sistemas possuem maior eficiência (80 a 90%), uma vez que as perdas na aplicação de água são relativamente pequenas (Azevedo, 1986). Por suas características específicas, após a instalação no campo, o sistema de irrigação localizada deve ser avaliado com freqüência. Keller e Bliesner (1990) recomendam, após a instalação de um sistema de irrigação, proceder-se testes de campo no intuito de se verificar a adequação da irrigação que foi projetada, para recomendar, caso haja necessidade, um ajuste na operação e, principalmente, no manejo. O coeficiente de uniformidade de distribuição da água e a eficiência de aplicação são os principais parâmetros utilizados nesta avaliação, pois expressam a qualidade da irrigação e são decisivos no planejamento e na operação desses sistemas. O coeficiente de uniformidade exprime a variabilidade da lâmina de irrigação na superfície do solo. As medidas de eficiência quantificam fisicamente a qualidade da irrigação (Frizzone, 1992). Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade da irrigação por microaspersão em um pomar de banana (Musa spp) fertirrigado.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido na área do Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, em um pomar de banana cv. Prata-anã (1,2 ha), que utiliza um sistema de microaspersão autocompensante, em que cada micro possui uma vazão 70 (L/h).Para os perfis de distribuição, foi utilizada malha de 7x7m, subdividida em 196 áreas de 0,25 m², tendo como centro o microaspersor. A captação, de água da irrigação, foi realizada com o uso de pluviômetros de plástico e medida com proveta.Para determinação da vazão, foi utilizada, em cada microaspersor, um balde de 12 litros onde eram coletados as lâminas, e em seguida medida em uma proveta graduada de 1.000 ml. Os volumes coletados foram posteriormente convertidos em vazões (L/h), cujo resultado é a média de 32 repetições por setor (16 setores coletados). O tempo de duração para cada coleta foi de 2 minutos, sendo realizada por meio de um cronômetro digital. Paralelo às medidas de vazões, procedeu-se também as medidas de pressões que foram realizadas através de um manômetro, graduado em mca (metro de coluna d’água) localizados no cabeçal de controle, as medidas eram feitas no inicio e no final da coleta das vazões. Com os dados obtidos foram feitos os cálculos de uniformidade e eficiência. Na análise dos testes usaram-se os coeficientes de Uniformidade de Christiansen (UC), Uniformidade de Distribuição (UD), Uniformidade de Vazão (UV) e eficiência de aplicação (Ea) (FRIZZONE, 1992).
RESULTADOS:
De acordo com os dados, o maior valor de vazão foi de 72,0 L/h, e o menor de 62,1 L/h, estes resultados indicam que está ocorrendo a variação de vazão da ordem de 13,75%. Nota-se que há uma boa uniformidade, já que a variação nas vazões é média, mesmo com relativa variação nas pressões. Isto ocorre devido aos microaspersores serem dotados de sistema autocompensante, fazendo com que apesar de ter ligeira variação de pressão esta não interfira na vazão. Os perfis de distribuição do microaspersor são semelhantes ao triangular e os maiores volumes coletados encontram-se em regiões próximas ao sistema radicular da bananeira, ocasionando boa performance dos microaspersores. Os resultados indicam tratamentos com elevados coeficientes de uniformidade de Christiansen, variando de 90,93% a 99,95%, o que representa uma classificação excelente para esses tratamentos. Indicam também as variações do coeficiente de Distribuição (86,53% a 96,67%) e de Vazão (81,44% a 95,01%), classificando-os de bom a excelente. As eficiências calculadas foram altas, acima de 90 %.
CONCLUSÕES:
A avaliação da qualidade da irrigação em um sistema de cultivo de banana prata-anã fertirrigado demonstrou que: para o perfil do microaspersor está adequado em termos de pressão e vazão; que os maiores volumes coletados encontram-se em regiões próximas ao sistema radicular da cultura, e que há baixa variação na vazão; apresenta de boa a excelente uniformidade e alta eficiência.
Instituição de fomento: CNPq/PIBIC/UFS
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: coeficiente de uniformidade; irrigação localizada; eficiência.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006