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D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 8. Medicina
T. cruzi l :COMPORTAMENTO BIOLÓGICO E SELEÇÃO DE POPULAÇÕES DAS CEPAS ISOLADAS DE MINAS GERAIS E BAHIA EM DIFERENTES MODELOS EXPERIMENTAIS.
Elber Tadeu Rodrigues Torres 1
Pedro Emílio Machado Tosta 1
Silvio Prata 1
Daniela de Stefani Marquez 2
Luis Eduardo Ramirez 2
Eliane Lages Silva 2
(1. Disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal do Triângulo Mineiro / UFTM; 2. Disciplina de Parasitologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro / UFTM)
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÂO: O T. cruzi compreende uma população heterogênea que circula entre o homem, vetores, reservatórios silvestres e animais domésticos (Brener, 1977). Isolados experimentais de T. cruzi demostraram que o mesmo apresenta diversidade intraespecífica a nível biológico, imunológico e genético (Macedo & Pena, 1998). Atualmente as populações do T. cruzi podem ser divididas em duas linhagens principais denominadas T. cruzi I e T. cruzi II (Souto e cols.,1996; Anonymous, 1999). Um mesmo hospedeiro pode se infectar com várias populações diferentes de T. cruzi sem que haja recombinação entre elas. Diferentes modelos experimentais demonstraram que algumas espécies são mais susceptíveis que outras, envolvendo fatores do hospedeiro (sexo, idade e padrão genético), do parasito (cepa, via de inoculação, concentração do inóculo) ou devido à sensibilidade dos métodos parasitológicos e/ou biológicos utilizados.
METODOLOGIA:
METODOLOGIA: 1) Cepas do T cruzi I e infecção experimental: A infecção foi realizada com 4 cepas do T. cruzi I as quais foram ativadas em cultivo celular para obtenção de tripomastigotas e inoculadas com 3x103 tripomastigotas/grama de peso corporal, em grupos de 10 animais (camundongos, ratos e hamsters) para cada cepa. Uma amostra da cultura da cepa parental será preservada em Guanidina-EDTA para caracterização genética. 2) Curvas de parasitemia: Foi determinado pelo exame a fresco a partir do quinto dia após infecção e logo após a cada dois dias, até à negativação da mesma e posteriormente pela hemocultura. Na fase crônica pela hemocultura e microhematócrito. 3) Reisolamento do parasito para obtenção de DNA nas fases aguda e crônica: Foi realizado pela hemocultura após a detecção da parasitemia e 4 meses pós infecção. As culturas positivas foram amplificadas em meio LIT para obtenção de massas de parasitas, a partir das quais foi extraído o DNA. 4) Extração do DNA das formas de cultura: As culturas dos parasitas foram lavadas em tampão KRT e congeladas a -70°C até o momento da extração do DNA, a qual foi realizada de acordo com a metodologia de Macedo e cols. (1992). 5) PCR específica: Para a amplificação específica do T. cruzi foi realizada a técnica de Gomes e cols. (1998). 6) Reação de LSSP-PCR: Foi realizada de acordo com a metodologia de Vago e cols., (2000) e visualizados em géis de poliacrilamida corados pela prata. Os resultados foram determinados pelos DNA-POP e Treecon.
RESULTADOS:
RESULTADOS: 1) Análise Parasitológica: O estudo da fase aguda (FA) foi realizado com as cepas AQ2, PV, Mutum e Alvani, e o estudo da fase crônica (FC) foi concluído com a cepa AQ2. A capacidade de infectar animais e induzir parasitemia foi cepa dependente sendo maior na AQ2 seguida pela Mutum, PV e Alvani. 2) Caracterização Genética do kDNA das cepas AQ2, Alvani e Mutum: Os perfis LSSP-PCR das cepas de T.cruzi I foram altamente heterogêneas entre si. Foi observado 55% de identidade entre as cepas de Minas Gerais (Alvani e Mutum) e 67% com a AQ2 da Bahia. Os perfis da AQ2 demonstraram identidade total com 100% de bandas compartilhadas entre o inóculo e os isolados de todos os modelos animais na FA e entre camundongos e hamsters na FC, sugerindo a presença de população monoclonal e não seleção de populações pelos animais. Já os perfis genéticos de camundongos da Mutum na FA apresentaram 92% de homogeneidade com inóculo, e na Alvani camundongos e ratos apresentaram 86 e 67% de homogeneidade com inóculo e 75% entre camundongo e rato. As cepas de T. cruzi I apresentaram variabilidade biológica e genética. 3) Histologia: Na cepa AQ-2 foram observados parasitas teciduais e processo inflamatório, principalmente no coração e músculo esquelético. Na cepa Mutum o processo inflamatório foi observado no camundongo e hamster e parasitas teciduais apenas no músculo estriado esquelético de camundongo. Na cepa PV não foi detectado parasitismo, apenas processo inflamatório leve nos diferentes modelos.
CONCLUSÕES:
CONCLUSÔES: 1) As cepas estudadas apresentaram variabilidade biológica entre si, sendo a capacidade de infectar animais cepa dependente, em ordem decrescente de infectividade: AQ2, Mutum, PV e Alvani, apresentando também diferente capacidade de infectar células fagocitárias e não fagocitárias. 2) Em geral o camundongo foi o modelo mais sensível à infecção pelo T. cruzi I. 3) A caracterização genética evidenciou variabilidade genética entre as populações do T. cruzi I de MG e BA. 4) A hemocultura foi o método mais sensível, seguido pelo microhematócrito e exame a fresco na detecção da parasitemia pelo T. cruzi I. 5) A seleção de populações no T. cruzi I parece ser cepa dependente sendo o rato o modelo experimental no qual detectamos maior seleção do parasito.
Instituição de fomento: PIBIC/CNPq
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: T. cruzi I; Modelos experimentais; Seleção de populações.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006