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B. Engenharias - 1. Engenharia - 13. Engenharia Sanitária

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUAS DE PISCINAS

Amanda Silva de Miranda  1
Edylaine Cristina dos Santos  2
Vivian Walter dos Reis  2
Vera Lúcia de Miranda Guarda  3
(1. Discente do Curso de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto/UFOP; 2. Mestranda em Engenharia Ambiental na Universidade Federal de Ouro Preto/UFOP; 3. Professora do Departamento de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto)
INTRODUÇÃO:

As piscinas são de grande importância para a população em nível social e sanitário se não tiver uma boa manutenção podem veicular várias doenças, causando reações alérgicas, infecções nos olhos, nariz e garganta, micoses e no trato gastrintestinal. A contaminação fecal pode ser devido a fezes eliminadas por banhistas ou fontes abastecedoras contaminadas. A maioria das infecções relacionada ao uso de piscinas ocorre devido a inadequada desinfecção.

Para que uma piscina seja considerada adequada ao uso, sua água deve ser tratada com agentes bactericidas, sobretudo se há alta incidência de banhistas, o que aumenta a possibilidade de contaminação por microorganismo potencialmente patogênicos como Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa,citados na literatura como possíveis causadores de infecções relacionadas à utilização de piscinas. Quanto aos aspectos físico-químicos, o pH da água constitui um importante parâmetro, uma vez que águas com pH muito baixo ou muito elevado podem ser lesivas para pele e mucosas de banhistas.

Este trabalho objetiva avaliar a balneabilidade das águas de piscina através de parâmetros microbiológicos e físico-químicos, como tentativa de avaliar a eficiência de sua desinfecção e avaliar também se podem ser utilizadas sem oferecer riscos à saúde dos banhistas.

METODOLOGIA:

Análises bacteriológicas e físico-químicas da água de nove piscinas de clubes, associações e academias do município de Ouro Preto foram realizadas.

Para a pesquisa de bactérias coliformes totais e termotolerantes utilizou-se a técnica de tubos múltiplos, permitindo calcular o Número Mais Provável de coliformes totais  e  termotolerantes, através de valores tabelados obtidos por cálculos estatísticos. Os meios de cultura utilizados foram: o caldo lactosado para o ensaio presuntivo de 24 a 48h, o ágar EMB para o teste confirmativo de 24h e o Caldo E.C. para a pesquisa de bactérias coliformes termotolerantes a 44ºC.

Para a pesquisa de patógenos, utilizou-se 10 mL da amostra de água, que foi previamente incubada por 24h em caldo caseína soja, realizou-se a coloração de Gram e verificou-se a presença de espécies de Staphylococcus, utlizando-se ágar manitol salgado vermelho de fenol.

Bactérias heterotróficas foram enumeradas em ágar caseína-soja, pela técnica de pour-plate. E os valores expressos em UFC/mL.

Dos parâmetros físico-químicos analisados, o cloro residual foi dosado por volumetria de redox com tiossulfato de sódio, e os valores foram expressos em ppm. A turbidez e o pH por métodos instrumentais.

 

RESULTADOS:

As piscinas amostradas foram enumeradas de 1 a 9. De acordo com a Resolução CONAMA 274/2000 que estabelece padrões de balneabilidade para águas de piscinas, verificou-se uma discrepância de valor de pH em uma das amostras: a piscina 9 apresentou pH igual a 10,2. O cloro residual somente foi encontrado nas duas últimas coletas nas piscinas de 1, 2, 3, 4, 5 e 6, devido a coleta ter sido realizada próxima ao horário de cloração. Pelo Número mais provável de coliformes termotolerantes e de bactérias heterotróficas, verificou-se que as águas de todas as piscinas estão próprias para o uso. As águas das piscinas 2,3,8 e 9 foram classificadas como excelentes, as de número 1, 6 e 7 como Muito Boa,  e as de número 4 e 5 como satisfatórias. Dentro deste trabalho houve dificuldades na determinação do cloro residual, pois em nenhuma destas piscinas há bomba de cloro, sendo a cloração semanal nas piscinas de 1 a 4; uma vez por dia, nas piscinas de 5 a 7 e nas demais utiliza-se de outro método de desinfecção. Com isso, dependendo do horário da coleta pode-se encontrar cloro ou não devido ao seu alto poder de evaporação e a falta de estabilização do mesmo.

A pesquisa de patógenos revelou a presença de espécies de Staphylococcus, mas, a mesma não foi identificada.Os resultados do teste de turbidez para todas as piscinas apresentaram resultados concordantes com os padrões de balneabilidade estabelecidos pela Resolução CONAMA 274/2000.

 

CONCLUSÕES:

Das nove piscinas analisadas de acordo com os padrões bacteriológicos e físico-químicos, oito foram classificadas como próprias para o uso e apenas a número nove, como imprópria, devido ao fato do pH em uma das leituras apresentarem acima do limite permitido, apesar de estar dentro dos limites para Coliformes termotolerantes e turbidez.

 
Palavras-chave: balneabilidade; coliformes termotolerantes; pH.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006