| G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 12. Psicologia |
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ATENÇÃO CONCENTRADA DE MÉDICOS EM ATIVIDADE DE PLANTÃO |
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| Mônica Winter 1 |
| Cleci Odete Zinn de Pieri 1 |
| Francisco Heitor da Rosa 1 |
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| (1. FAG - Faculdade Assis Gurgacz) |
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| INTRODUÇÃO: |
Os processos perceptivos representam uma parcela importante das possibilidades de cognição humana. Nossas capacidades de processamento de informação e resolução de problemas dependem diretamente de nossa capacidade perceptiva. Variáveis ambientais e estressores diversos podem influenciar nosso desempenho perceptivo, produzindo diversas falhas de julgamento e, conseqüentemente, falhas de comportamento. A atenção concentrada é a capacidade humana de selecionar uma fonte de informação (estímulo do meio ou do mundo interior) dentre todas as que estão disponíveis em um determinado momento e conseguir dirigir sua atenção (manter o foco) para esse estímulo ou tarefa a ser realizada no decorrer do tempo. Assim, quanto maior a atenção concentrada, maior a capacidade discriminativa do sujeito naquela tarefa. Diversos fatores podem influenciar a atenção concentrada, dentre eles a privação de sono é um dos mais comuns, estando freqüentemente associada a acidentes de trânsito. Outras atividades também estão sujeitas a situações de privação de sono, como no caso dos médicos plantonistas. O objetivo deste trabalho foi verificar se há relação entre a privação do sono ocasionada pela atividade de plantão médico e a atenção concentrada destes. |
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| METODOLOGIA: |
Participantes: 30 médicos de hospitais da região Oeste do Paraná. Instrumentos: Teste de Atenção Concentrada (AC) de Suzi V. Cambraia, aprovado pelo Conselho Federal de Psicologia, composto por 21 linhas de 21 estímulos diferentes por linha, nas quais deve-se encontrar os estímulos iguais aos quatro estímulos apresentados no quadro modelo. Procedimentos: Os participantes foram contatados em seus locais de trabalho e informados dos objetivos do estudo. Os que consentiram em participar receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e o assinaram. O Teste AC foi aplicado imediatamente antes da entrada na atividade de plantão e imediatamente após a saída do plantão. Análise dos Dados: os dados da 1ª e 2ª aplicações foram tabulados e analisados através de comparação de médias (Teste t). |
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| RESULTADOS: |
As médias de acertos, erros, omissões e pontos no pré-teste foram, respectivamente, 97,5 (dp = 22,5), 2,6 (dp = 5,8), 15,3 (dp = 12,1) e 80,2 (dp = 25,0). No pós-teste, foram, respectivamente, 85,7 (dp = 23,6), 1,8 (dp = 3,7), 17,1 (dp = 14,1), 67,3 (dp = 28,0). O Teste t indicou diferença significativa na média de acertos (t = 1,98, gl = 58, p<0,05) e marginalmente significativo no número de pontos (t = 1,88, gl = 58, p<0,06). Os resultados indicam, portanto, que os resultados no pós-teste (após a atividade de plantão) foram significativamente menores do que na linha de base (pré-teste). A partir da classificação em níveis de atenção concentrada (inferior, médio inferior, médio, médio superior e superior) realizou-se um Teste de Sinais (Sign Test), observando-se 16 casos não-iguais (v<V = 12,5%, Z=2,75, p<0,01), indicando diferença significativa entre as classificações no pré e pós-teste. |
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| CONCLUSÕES: |
Os resultados encontrados indicam variação significativa nos escores de acertos e de pontos no teste de atenção concentrada realizado antes e depois da atividade de plantão. Como podemos observar, existe uma redução no número de acertos (quantos estímulos o sujeito consegue identificar corretamente) e no número de pontos (número de acertos menos erros e omissões). Isto indica que os médicos, após a atividade de plantão, apresentam qualidade perceptiva e desempenho menor e, como conseqüência, estão mais sujeitos a erros de avaliação. Além disso, observamos pela classificação em níveis de atenção, que a qualidade geral da atenção do grupo avaliado foi comprometida. Embora não tenhamos encontrado diferenças nos valores de erros e omissões, a variação dos níveis indica que os participantes foram mais lentos na tarefa do pós-teste. Mais ainda, o efeito de treino é conhecido neste instrumento, sendo esperado escores maiores na segunda aplicação. Esta consideração deve ser respeitada, pois configura ainda maior importância no impacto da atividade de plantão sobre a atenção concentrada dos médicos. Tais questões apontam para a necessária reavaliação do modelo médico de plantão e atendimento de urgência. |
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Palavras-chave: Atençao concetrada; Plantao medico; Hospital. |
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| Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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