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H. Artes, Letras e Lingüística - 4. Lingüística - 1. Lingüística Aplicada

VARIEDADES LINGÜÍSTICAS: UMA QUESTÃO A SER (RE)PENSADA NO ENSINO DE LÍNGUA

 

Ana Cristina Barbosa da Silva  1, 2
Emmanuelle Barbosa da Silva  1
Jessica Sabrina de Oliveira Menezes 1
(1. Faculdade São Miguel; 2. Secretaria de Educação Esporte e Lazer do Recife /SEEL )
INTRODUÇÃO:

Em toda língua do mundo existe um fenômeno chamado variação: nenhuma língua é falada do mesmo jeito em todos os lugares, pois a variação é fruto de vários aspectos como o social, o econômico e é produto de um processo histórico particular, e que muitas vezes remete a língua a mudanças sucessivas que atende as necessidades da sociedade que a emprega. Desta forma, foi necessário investigar as variedades lingüísticas de alunos do ensino fundamental de duas escolas públicas do estado de Pernambuco a fim de verificar a língua falada desses estudantes. Tal pesquisa possibilitará que os professores de Português percebam a existência das especificidades de cada comunidade de falantes aqui mencionada e a variação em detrimento à norma culta da língua. Isso permitirá que esses profissionais reflitam a sua prática pedagógica, redirecionando essa prática para o uso efetivo da língua.

METODOLOGIA:

Para efetivação da pesquisa foi feita a descrição da fala dos alunos de uma escola pública de Carpina, zona interiorana do estado de Pernambuco, e a dos alunos de uma escola pública de Recife, capital do mesmo estado, com cerca de 54 km de distância. Assim, aplicou-se um questionário para selecionar dois alunos de cada ano do ensino fundamental II, de ambas as escolas, totalizando dezesseis estudantes. Uma vez selecionados os estudantes, foram realizadas atividades que estimularam a expressão espontânea dos mesmos para que fossem gravadas as suas falas, para a partir daí serem transcritas e os dados analisados.

 

RESULTADOS:

Após a pesquisa, verificamos que houve variação lingüística em detrimento a norma culta da língua em ambas as escolas, e a ocorrência de variação entre os estudantes de cada comunidade escolar investigada. A variação ocorreu tanto no aspecto fonético quanto no sintático. Verificamos também que alguns fenômenos lingüísticos presentes no corpus não foram explicados e/ou nomeados pelos profissionais da área – pelo menos, não divulgados ainda – tendo, portanto, sido expostos sem lhes serem aferidas denominações.

CONCLUSÕES:

Como podemos perceber, a pesquisa em ambas as escolas das cidades de Carpina e Recife veio confirmar mais uma vez o que os estudiosos da língua vêm pregando: as variedades lingüísticas existem em relação às normas cultas do português, manifestando-se inclusive entre falantes residentes no mesmo estado e/ou mesmo município, mesmo bairro, ou seja, na mesma localidade. Diante disto, é que afirmamos com convicção que o ensino de língua deve ser (re)pensado, considerando, portanto o conhecimento lingüístico que os estudantes já possuem, para, a partir daí, confrontá-los com os conhecimentos que a escola deve proporcionar que é o uso da língua de acordo com as circunstâncias. É neste sentido que o professor de língua portuguesa deve encaminhar seu trabalho pedagógico, levando a norma culta aos indivíduos de maneira contextualizada e se utilizando das práticas sociais de uso da língua, nas modalidades escritas e faladas, sem, contudo, desprezar as variedades lingüísticas que se manifestam nas comunidades em foco.   

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: variedades lingüísticas; língua falada; ensino da Língua Portuguesa.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006