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F. Ciências Sociais Aplicadas - 5. Arquitetura e Urbanismo - 4. Tecnologia de Arquitetura e Urbanismo

O EFEITO LUMINOSO PRODUZIDO PELO USO DE SHEDS EM ESCOLAS

Evelise Leite Didoné  1
Leonardo Salazar Bittencourt  1
(1. Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Alagoas / UFAL )
INTRODUÇÃO:

No Brasil, o setor que mais consome energia elétrica é o setor de edificações residenciais e comerciais. Isso ocorre, em parte, devido à permanência das pessoas em ambientes iluminados parcialmente por janelas e predominantemente iluminados artificialmente. Ao arquiteto cabe a concepção de projetos que possibilitem a execução de edifícios mais eficientes, visando o conforto dos usuários e o uso racional de energia, minimizando os riscos de uma nova crise energética. Nas escolas a obtenção de níveis de iluminação adequados é de suma importância para a realização das tarefas visuais. Em Maceió, o aproveitamento da luz natural, não vem sendo explorado de modo satisfatório, induzindo ao uso da iluminação artificial. Isso acontece, porque as salas são dispostas ao longo de um corredor central e possuem apenas uma abertura voltada para o exterior. Além de encontrarem-se desprovidas de dispositivos de proteção solar, gerando ganhos térmicos indesejáveis e diferenças significativas de uniformidade luminosa. Tais problemas poderiam ser solucionados através de modificações na configuração arquitetônica das salas e de suas aberturas, evitando assim, desperdícios de energia elétrica. Esta pesquisa visa promover a racionalização do consumo energético através da utilização da iluminação natural e investiga o desempenho luminoso de salas de aula com sheds, avaliando seu potencial quanto ao incremento dos níveis de iluminância nos ambientes internos.

METODOLOGIA:

Este trabalho foi baseado nas comparações dos resultados obtidos através das simulações computacionais de modelos com diferentes configurações de sheds. O modelo computacional tem como parâmetros construtivos uma sala de aula medindo 6,0 x 8,0m, com o menor pé-direito de 2,5m e o maior com 5,4m, representado um modelo típico das salas encontradas em Maceió. A sala possui uma abertura para o exterior com 1,0m de altura, 2,0m de largura e peitoril de 1,0m, localizada na mesma fachada da abertura do shed. Suas refletâncias internas são fixadas em 0.8, 0.8 e 0.5 para paredes, teto e piso, respectivamente. Possui uma grelha de cálculo posicionada à 0,70m do chão, na altura do plano de trabalho. Foram analisadas salas dotadas de sheds com comprimento de 6,0 e 2,0m. Os efeitos isolados de cada uma das diversas configurações desse dispositivo, bem como o efeito produzido pela refletância de sua superfície (0.8 e 0.5). Tudo isso sob condição de céu parcialmente nublado (tipo de céu predominante em Maceió), nos períodos do solstício de verão, solstício de inverno e equinócios e nos horários de 9h e 15h.

RESULTADOS:

Observou-se que a utilização do dispositivo shed proporcionou uma maior uniformidade luminosa no interior dos ambientes estudados, na fachada Norte e Sul. Isso acontece porque as aberturas estão uniformemente distribuídas pela área de cobertura e as projeções da radiação solar ocorrem paralelas ao plano de trabalho. Na maioria dos casos a faixa localizada nos fundos da sala, obteve o maior C.L.D., onde o valor máximo encontrado foi de 0,5, com o shed de 6,0m de comprimento. Em relação às refletâncias,  como era de se esperar, a com cor clara (0.8), apresentou valores mais elevados do que a com cor média (0.5), principalmente na faixa central com o shed de 2,0m de comprimento. 

CONCLUSÕES:

Conclui-se que o shed é um dispositivo arquitetônico bastante interessante e capaz de incrementar os ambientes escolares, proporcionando valores de iluminância média bastante significativos em seu interior. O uso da janela com o da abertura zenital contribuiu para o aumento do nível dessa iluminação e da uniformidade luminosa, oferecendo um melhor o conforto visual aos discentes.

Instituição de fomento: PIBIC/ CNPQ
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: ambientes escolares; sheds; iluminação natural.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006