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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública

PERFIL DE DOADORES E NÃO DOADORES DE SANGUE EM PATOS-PB

Fabrizia Layze Lima de Oliveira 2
Sônia Maria Josino dos Santos 1
Luiza Sátyro Morais de Medeiros 2
Wellynna Maria Candeia Ferreira 2
Gerssihane Fernandes Linhares  2
Tamara Rocha da Silva Cavalcante 2
(1. 1 - Enfermeira Mestre, docente do curso Bacharelado em Enfermagem da FIP*.; 2. 2 - Acadêmicas do curso Bacharelado em Enfermagem da FIP*. )
INTRODUÇÃO:
O sangue é uma massa líquida de extrema importância à vida, pois o mesmo desempenha inúmeras funções. O sangue é composto por duas partes: uma líquida chamada de plasma e outra sólida constituída pelos elementos figurados.  Todavia, existem patógenos que conseguem vencer as defesas imunológicas e utilizam o sangue como via de transporte, a fim de alcançarem seus órgãos alvos, desenvolvendo determinadas patologias. Por isto, deve-se ter cuidado com estes, principalmente nas transfusões sanguíneas. No entanto existem centros capacitados responsáveis por todo o processo de transfusões, sem risco para o doador e o receptor. Embora a ciência tenha avançado e demonstrado segurança nas transfusões sanguíneas, muitas pessoas recusam-se a doar sangue, dificultando assim a quantidade de sangue disponível nos hemocentros. Esta pesquisa objetiva descobrir os diversos fatores que influenciam as pessoas a doarem sangue e outras a não doarem; esclarecer a importância da doação de sangue.
METODOLOGIA:
Pesquisa exploratória descritiva com abordagem quanti-qualitativa, que tem como propósito observar, descrever e documentar aspectos de situações, sumarizando o estudo de interesse (Polit e Hunngler, 1995, p. 179). A pesquisa foi realizada no hemonúcleo, em locais públicos e entidades privadas, nos municípios de Patos, Condado e São Mamede-PB. A população do estudo foi constituída por pessoas de ambos os sexos de 18 a 60 anos. A amostra abrangeu uma demanda de 120 pessoas, das quais 60 são doadores e os outros 60 não doadores de sangue. Esta pesquisa foi realizado em consonância com a resolução 196/96 Ministério da Saúde, que regulamenta a pesquisa envolvendo seres humanos. Foram aplicados dois questionários distintos na forma de entrevista, onde um aborda questões direcionadas aos doadores e outro aos não-doadores. Após explicação ao cliente sobre o objetivo da pesquisa e conseqüente assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, foi enfatizado ao mesmo o direito de desistir da pesquisa a qualquer momento. O questionário foi composto por perguntas objetivas e subjetivas, envolvendo questões demográficas e dados relativos à pesquisa. Após a coleta de dados, os mesmos foram tabulados e analisados através da estatística que objetivou a descrição e síntese dos mesmos. Para interpretação dos dados, foram tomados como base os questionários aplicados aos doadores e não-doadores de sangue. Os resultados finais foram apresentados em forma de tabelas e gráficos.
RESULTADOS:

Entre os doadores de sangue, quanto ao sexo: homens 53(88,33%) mulheres 7(11,76%). Quanto ao grau de escolaridade: 24(40%) apresentaram 1° grau incompleto e completo 8(13,3%) 2° grau completo 13(21,66%)  e incompleto 8(13,33%) 3° grau completo 3(5%) e incompleto 1 (1,66%).  sem grau de escolaridade  3(5%) Quanto à faixa etária: de 18-32 anos, 30(50%) de 33-44 anos, 24(40%) e 45-65 anos, 6(10%). Quanto acesso aos meios de comunicação: afirmaram tê-lo 57(95%) e 3(5%) afirmaram não tê-lo. Quanto aos motivos que levaram os pesquisados a serem doadores: 34(56,66%) afirmam ajudar parentes ou amigos e 26(43,33%) por voluntariedade. Entre os não-doadores de sangue quanto ao sexo: homens 40(66,66%), mulheres 20(33,33%). Quanto ao grau de escolaridade: 18(30%) 2° grau completo e incompleto 7(11,66%)  1° grau incompleto 11(18,33%) 1° e completo 4(6,66%) 3° grau incompleto 10(16,66%) e completo 9(15%) sem grau de escolaridade 1(1,66%). Quanto à faixa etária: de 18-33 anos, 34(56,66%) 34-44 anos, 21(35%), 45-64 anos, 5(8,33%). Quanto  acesso aos meios de comunicação: afirmaram tê-lo 59(98,33%) e  1(1,66%) afirmaram não tê-lo. Quanto aos motivos que impedem a doação: falta de estímulo 21(35%) medo 12(20%) outros 12(20%) doença 6(10%) peso 4 (6,66%) doença e medo 2(3,33%) prurido 1(1,66%) medo e falta de estímulo 1 (1,66%) doenças e outros 1(1,66%).

CONCLUSÕES:

Concluiu-se este estudo com alcance dos objetivos propostos, uma vez que foi possível investigar e analisar todas as variáveis, bem como implementar ações educativas à sociedade para a  importância em doar sangue. Os resultados da pesquisa mostraram o valor do conhecimento e desmistificaram o processo de doação de sangue para a população em geral, além de que, embora os hemonúcleos, a mídia e outras instituições tenham se empenhado na divulgação da necessidade da doação de sangue, muitos segmentos da sociedade ainda continuam presos a estigmas. Percebe-se que a doação de sangue hoje no Brasil está com uma margem de segurança extremamente elevada, dando ao doador e receptor confiabilidade e segurança. As implicações deste estudo podem ser visualizadas na pesquisa de enfermagem e os benefícios estão voltados para a confirmação dos resultados com estímulo para o desenvolvimento de novos estudos. Na educação, os benefícios estão relacionados ao planejamento do ensino possibilitando uma articulação mais consistente entre assistência e o mesmo. Portanto, nós profissionais de saúde devemos nos empenhar em informar à população na tentativa de vencer barreiras e conceitos infundáveis, que impedem indivíduos de praticar este ato de solidariedade.

 
Palavras-chave: Sangue; Doar; Vida.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006