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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 8. Educação Matemática
ATIVIDADES LÚDICAS NO ENSINO DA MATEMATICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO INSTRUMENTO DE APRENDIZAGEM.
Daniela de Fátima Nogueira da Silva 1
(1. Universidade Federal do Maranhão/UFMA)
INTRODUÇÃO:
A própria história da humanidade nos mostra que todas as crianças do mundo sempre brincaram e continuarão brincando. Muitos estudiosos defendem a idéia de que a criança brinca porque gosta de brincar, quando isso não acontece, alguma coisa não está bem com ela. Nesse sentido, Smole (2000) vem reforçar que o brincar está sendo cada vez mais utilizado na educação, constituindo-se numa peça importantíssima na formação da personalidade, nos domínios da inteligência, na evolução do pensamento e todas as funções mentais superiores, transformando-se num meio viável para a construção do conhecimento. Foi nessa perspectiva que surgiu a necessidade de realizar essa pesquisa. Acreditamos que uma das formas de viabilizar o ensino da matemática na Educação Infantil é através das atividades lúdicas como jogos e brincadeiras, pois propicia troca de informações, cria situações que favorecem o desenvolvimento da sociabilidade, cooperação e do respeito mútuo entre os alunos, aprende a lidar com regras e o reconhecimento que as atividades corporais podem se constituir numa forma das crianças aprenderem noções e conceitos matemáticos. Kishimoto (1997) afirma que o jogo na educação matemática se torna justificado, pois à medida que a criança começa a manipular esses tipos de jogos com finalidades pedagógicas de forma lúdica, pouco a pouco o ensino da matemática começa a se desenvolver, a criança utiliza os materiais concretos para encontrar respostas a situações-problema a ela colocada.
METODOLOGIA:
Para o desenvolvimento da pesquisa tomamos posse do referencial teórico de Smole (2000) e Kishimoto (1997). Fizemos uso da pesquisa participante em escola da rede pública estadual, situada em São Luís-MA, no conjunto Bequimão. Os sujeitos da pesquisa foram trinta crianças na faixa etária de 4, 5 e 6 anos dos sexos feminino e masculino residentes em bairros periféricos adjacentes ao Bequimão. Inicialmente foi feito um levantamento de conhecimentos prévios com as crianças, uma conversa sobre números, onde elas poderiam encontrá-los e para que eles serviam; sendo assim, podemos valorizar o conhecimento prévio de cada criança para o desenvolvimento das atividades. Em seguida, foi lançada a proposta de desenvolver e participar junto com as crianças algumas brincadeiras, jogos. As crianças foram divididas por faixa etária. Formou-se três grupos, cada grupo com crianças de 4, 5 e 6 anos. As atividades realizadas foram: brincadeiras envolvendo a amarelinha (noções numéricas, geometria, contagem, seqüência numérica, avaliação de distância, avaliação de força, localização espacial, percepção espacial), jogo do boliche (contagem, adicionar, subtrair, avaliação de força, discriminação visual), jogo dos passageiros (contagem, noções numéricas, adicionar, discriminação visual), blocos lógicos (discriminação e memória visual, medidas, geometria, contagem, constância de forma e tamanho).
RESULTADOS:
A partir das atividades desenvolvidas com as trinta crianças, podemos perceber que 100% delas ficaram muito envolvidas com as brincadeiras. No início de nosso trabalho, cerca de 15% do universo da pesquisa não se envolveu nas brincadeiras. Essas crianças ficaram de longe quando iniciamos o desenvolvimento das atividades lúdicas, foram feitas algumas conversas para tentar conquista-las, depois aos poucos elas foram se aproximando e entraram nas brincadeiras.As crianças foram colocadas diante de desafios e problemas e procuraram encontrar soluções para as situações em que se encontravam através da manifestação corporal e da linguagem que se expressava nos gestos. Portanto, brincar é uma forma de resolver problemas e para isso utiliza o corpo como instrumento. Nessas atividades podemos verificar a satisfação que as crianças sentiram, ou não, na realização dos desafios propostos, que noções ou idéias estão construindo enquanto interagem com as outras crianças no momento da execução das brincadeiras. No final das atividades organizamos as crianças em círculo, afim de que fizessem um relato oral do desenvolvimento das brincadeiras.
CONCLUSÕES:
De posse da fundamentação teórica e dos dados obtidos durante a pesquisa, pudemos verificar que uma das formas de viabilizar o ensino da matemática na Educação Infantil é através das atividades lúdicas, envolvendo jogos e brincadeiras, pois as mesmas propiciam trocas de informações, criam situações que favorecem o desenvolvimento da sociabilidade, da cooperação e do respeito mútuo entre os alunos, o reconhecimento que as atividades corporais podem se constituir numa forma das crianças aprenderem noções e conceitos matemáticos a partir da Educação Infantil. Pretendemos dar prosseguimento a esse trabalho, ampliando os jogos e as atividades, pois a partir dos resultados observados consideramos válido o trabalho realizado.
 
Palavras-chave: Educação Infantil; atividades lúdicas; matemática.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006