H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 9. Artes |
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METODOLOGIA DE ENSINO DE ACROBACIAS AÉREAS NO TECIDO CIRCENSE |
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Cleonice de Paula Pereira 1 |
Marília Vieira Soares 2 |
Luiz Rodrigues Monteiro Junior 3 |
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(1. Departamento de Artes Corporais da Universidade Estadual de Campinas / DACO; 2. Departamento de Artes Corporais da Universidade Estadual de Campinas / DACO; 3. Departamento de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Campinas /DAC) |
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INTRODUÇÃO: |
Esta pesquisa propôs-se a estudar as metodologias de ensino de acrobacias aéreas no tecido circense, sendo que seu campo de atuação incidiu nesta prática quando realizada em escolas de circo e em circos de lona que passassem pela região de Campinas, durante o período de estudo.
No que se refere aos objetivos específicos do trabalho podemos destacar os seguintes: registrar a estruturação das aulas de tecido acrobático assistidas; Identificar os métodos didáticos utilizados pelos professores; relatar as observações sobre as relações professor/aluno durante o treinamento circense e traçar um paralelo entre a metodologia de ensino (semelhanças e diferenças) dos circos e das escolas de circo visitadas.
Este registro é de grande relevância já que a transmissão dos saberes circenses ocorre, predominantemente, por meio da tradição oral. E essa, embora eficiente na construção do saber no presente, não permite que gerações posteriores conheçam com precisão os métodos de ensino, bem como os truques e movimentos desenvolvidos por seus antepassados, sendo assim, é necessário que admitamos a importância de pesquisas e da produção de material escrito nesta área. O que favorece a perpetuação dos conhecimentos e a conformação de discussões em nível intelectual, acabando por impulsionar um maior desenvolvimento dentro da área.
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METODOLOGIA: |
A pesquisa teórica permeou títulos relativos à: temática circense, pedagogia do movimento, e a metodologia de ensino de ginástica acrobática.
O estudo de campo teve como fonte professores das seguintes Instituições: Circo Escola Picadeiro, Galpão do Circo (situados em São Paulo); Espaço Circoluz, Casa da Girafa e Academia Harmonia (situados em Campinas); Circo Stankowich, Circo Irmão Guiner, Circo di Napoli e Circo Beto Carreiro (de natureza itinerante).
Como instrumentos de pesquisa foram utilizados: participação de fóruns circenses, observação de aulas nas escolas de circo especificadas, observação de ensaios e treinos em circos, entrevistas com os professores e questionários aplicados aos alunos.
Para tanto, criou-se relações dinâmicas entre a pesquisadora e os sujeitos da pesquisa; professores e alunos de tecido acrobático.
A análise de conteúdo se deu de forma qualitativa e interpretativa e se processou de forma minuciosa, valendo-se das anotações, das transcrições de fitas e das respostas dos questionários, respeitando assim sua complexidade, visando não restringir-se a conceitos meramente aparentes e superficiais.
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RESULTADOS: |
A arte circense vem ganhando muitos adeptos e o tecido acrobático, devido à sua beleza estética, tem sido um grande atrativo. Estes novos sujeitos, na maioria das vezes, adentram a esfera das técnicas circenses por intermédio de escolas de circo, as quais facilitam o acesso aos saberes circenses por parte de pessoas isentas da tradição familiar. Este processo se acentuou nas décadas de 80 e 90 e nos dias atuais já temos artistas e professores, neste caso de tecido acrobático, provenientes desse processo. O modelo de ensino/aprendizagem observado nas escolas de circo, se aproxima mais das estruturas metodológicas de ensinos a que estamos habituados.
Atualmente dentro dos circos visitados as técnicas referentes ao tecido circense estão sempre a cargo dos mais jovens, e são estes que, a sua maneira, repassam o conhecimento ao aprendiz. A figura do professor, de tecido, efetivamente não está posta, a repassagem deste conhecimento se dá de maneira espontânea por parte do detentor da técnica atendendo a uma demanda e cessando caso esta não exista.
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CONCLUSÕES: |
A metodologia de ensino de acrobacias no tecido circense dentro das escolas de circo se utiliza de ferramentas pedagógicas bem diversificadas tais como: a divisão do tempo de aula com objetivos específicos, estabelecimento de níveis de conhecimento, proposta de jogos, exercícios educativos, estímulos cênicos, etc. Elementos estes introduzidos;no caso da comunidade estudada; pelos novos sujeitos, pessoas inicialmente de outras áreas (teatro, dança, música, educação física) e que devido ao grande domínio da técnica acrobática no tecido passam a ser professores. A partir de então, ocorre uma releitura pessoal do processo de ensino fundamentado em suas experiências anteriores, conformando assim uma orientação metodológica de ensino diferenciada.
Embora o ensino de tecido se dê de forma mais espontânea e até descompromissada debaixo da lona, não se trata de uma inexistência de metodologia de ensino, ela existe mas extrapola a especificidade em questão. O caminho empreendido para o ensino de tecido, isoladamente, não tem grandes recursos e ferramentas pedagógicas , mesmo porque não se assume a função de “professor”. Mas quando se resolve percorrê-lo ele é eficiente, porque é amparado pelo todo, pela atmosfera circense, que trás em si uma metodologia própria de ensino, mais dilatada que fornece matérias primas excelentes tais como: corpos previamente preparados, exercício de outras habilidades, ambiente familiar, objetivos precisos como a montagem do número, etc.
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Instituição de fomento: FAPESP
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Trabalho de Iniciação Científica
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Palavras-chave: Metodologia; Ensino; Tecido acrobático. |
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Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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