O câncer gástrico ou de estômago disputa com o de pulmão a condição de principal causador de morte, entre todos os tipos de câncer. Embora sua etiologia ainda seja desconhecida estudos epidemiológicos conseguem detectar relações entre a incidência do câncer gástrico e fatores ambientais, hereditários, e condições predisponentes. O presente estudo objetiva identificar no cliente portador da doença em fase terminal, fatores que possam ter contribuído para o surgimento e evolução da patologia, avaliando brevemente a assistência de enfermagem prestada a esse paciente diante do quadro evolutivo em que o mesmo se encontra. Dada a alta letalidade desse tipo de câncer, o conhecimento sobre o tema poderá servir como fonte de informação a enfermeiros e outros profissionais de saúde na elaboração de ações educativas voltadas para a prevenção e conscientização dos indivíduos, quanto à necessidade de adotar hábitos saudáveis na tentativa de evitar esse mal, bem como, para detectar sinais e sintomas iniciais, indicativos da doença.

Trata-se de uma pesquisa exploratória-descritiva com abordagem qualitativa, realizada no Hospital Regional Deputado Janduy Carneiro na cidade de Patos – PB, em outubro de 2004, com um paciente com diagnóstico confirmado de câncer de estômago do tipo adenocarcinoma, em estágio avançado. A coleta de dados deu-se através de entrevista com o cliente e familiares, do acesso ao prontuário do paciente e observação direta da assistência prestada ao mesmo. Ao fim desta etapa, os dados foram analisados e confrontados com a literatura.

Foi possível identificar no paciente, fatores de risco que, segundo a literatura, podem contribuir para o surgimento desse tipo de tumor, tais como: idade superior a 60 anos; sexo masculino; e hábitos alimentares, como a ingesta de alimentos fritos ou defumados ou assados no carvão, que liberam substâncias como nitritos, nitratos e o benzopireno, que favorecem o surgimento desta neoplasia e são consideradas substâncias carcinogênicas. Assim, considerando a freqüência e os longos anos de exposição a esses alimentos, o fator nutricional merece destaque dentre os fatores que possam ter contribuído para o tipo de agravo que o paciente apresentou. Um ponto obscuro na pesquisa foi o fator genético, o cliente referiu história familiar de morte de parentes do sexo masculino, mas não soube com certeza se, de fato, trava-se da mesma patologia. Quanto à assistência ao paciente, foi visível o déficit de atenção com a questão emocional, o mesmo alegou solidão e fez menções pessimistas, que se refletiu no agravo sistemático da doença.

Os resultados obtidos foram suficientes para elucidar os objetivos e permitem concluir que, os fatores de risco podem sim ter influenciado no surgimento da doença do paciente e que a má assistência emocional, contribuiu para o despreparo do mesmo no enfrentamento de sua patologia. Á enfermagem é conferido, muitas vezes, a responsabilidade em detectar e intervir nas questões emocionais que afetam psicologicamente os enfermos, no período de internação hospitalar, pela proximidade deste profissional com o cliente. Desta forma, cabe aos profissionais a sensibilidade para tal e o entendimento de que, saber ouvir é essencial para a obtenção de bons resultados e também faz parte da qualidade da assistência que é medida pela satisfação do cliente. Agir ou não assim é o que diferencia o bom do mal profissional. Enfim, tudo isto demonstra a necessidade de implementação de medidas educativas que visem o esclarecimento sobre os fatores de risco e o tema em geral tendo como objetivo a promoção de saúde.