A questão social, hoje, coloca-se, basicamente, a partir da produção e distribuição de riquezas. O acesso à oportunidade; a assistência médica; ao trabalho; o acesso a relacionamentos frutíferos e saudáveis está cada vez mais escasso em nossa sociedade, a situação de risco e exclusão social, bolsões de miséria aumentam em todo o Brasil, em função da conjuntura econômica desfavorável, do êxodo rural e da concentração populacional urbana, de corrupção, impunidade e injustiça social deixa uma grande parte da população vulnerável, tornando-se presa fácil das DST/HIV/AIDS. O presente estudo é resultante do projeto de pesquisa interdisciplinar: “Questão Social na Amazônia: desvendando mitos e revelando fatos no Estado de Rondônia. O objetivo da pesquisa aqui apresentada é relatar como se dá à atuação do profissional de Serviço Social no trabalho com os portadores de DST/HIV/AIDS no município de Ji-Paraná/RO”.

O trabalho se deu na forma de observação e intervenção, à medida que este trabalho ocorreu através de pesquisa participante com o grupo de pessoas portadoras de DST/HIV/AIDS do município de Ji-Paraná que são atendidas pela Secretaria de Saúde e pelo Serviço Social. Para análise dos dados foi utilizado o método dialético por este permitir o processo de reflexão crítica da questão que envolve a problemática das DST/AIDS.

Dados divulgados pelo Jornal Diário da Amazônia do dia 23 de outubro de 2005. Aponta que mulheres pobres, moradoras da periferia, de baixa escolaridade com idade entre 20 e 49 anos estão entre as vítimas da AIDS. De 1986 a 1990, a cada cinco pessoas infectadas com o vírus, havia uma mulher. Dados atualizados apontam que para cada dois homens há uma mulher infectada. Em Rondônia até agosto de 2005 foram registrados 897 casos da doença. No SAE do Município de Ji-Paraná, atualmente são atendimentos 173 portadores de DST/HIV/AIDS, destes 51% são do sexo masculino, e 49% são do sexo feminino. Observou-se que o profissional de Serviço Social atua desde março de 2004 no serviço de assistência especializada (SAE), com uma proposta voltada para a abordagem educativa-assistencial-preventiva, contribuindo para a melhoria do acesso ao serviço de saúde e na luta pela garantia dos direitos das pessoas vivendo infectadas. O Serviço Social desenvolve ações junto ao SAE de Ji-Paraná/RO como: Orientação individual e em grupo; acompanhamento hospitalar ao portador vivendo com AIDS internado no hospital municipal; ministração de  palestras em escolas da rede pública dirigida ao público adolescente; promoção da integração dos serviços oferecidos pelo SAE facilitando o acesso do portador; prestação de assessoria em Serviço Social no nível da gestão municipal junto à secretária municipal de saúde, dentre outras.

A atuação do profissional de  Serviço Social junto aos portadores de DST/HIV/AIDS no município de Ji-Paraná/RO, se dá em parceria com os governos, federal, estadual e municipal. As ações de tratamento ocorrem continuamente, no entanto, as ações preventivas ainda são frágeis e necessitam de maior envolvimento da sociedade civil e dos próprios usuários do serviço. Existe muito pouca bibliografia  sobre a temática, salvo os informativos, cartilhas re documentos do Ministério da Saúde do Governo Federal, bem como é muito baixo o número de profissionais do Serviço Social que atuam nesta área da saúde. Torna-se necessário intensificar pesquisas voltadas para esta parcela da sociedade para que, num futuro bem próximo, a sociedade possa estar melhor  informada sobre os malefícios que estas doenças causam, como também estarem informadas como preveni-las.  Identificou-se que os portadores de DST/HIV/AIDS recebem tratamento sigiloso, pois, além de vítimas da doença enfrentam situações discriminatórias por parte da sociedade e mesmo da família.