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F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Serviço Social - 7. Serviço Social

VEJA COM OS OLHOS DO CORAÇÃO: O CASO DOS DEFICIENTES VISUAIS DO MUNICÍPIO DE JI-PARANÁ/RO

Juliana Mendes Mantovani 1
Dulce Teresinha Heineck 1
Angélica Grazieli Silva Costa 1
Edivânia Simone da Silva 1
Maria das Graças Sombra Teixeira 1
Clodoaldo Oliveira Vieira 1
(1. Centro Universitário Luterano de Ji-Praná/RO)
INTRODUÇÃO:

Todos nós estamos sujeitos à deficiência visual. Ela não escolhe raça, idade, nível de vida, religião ou sexo, pode ocorrer devido a um acidente (repentinamente) ou por uma doença (na maioria dos casos glaucoma), que ocorre lentamente ou subitamente. A Constituição Brasileira de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação asseguram o direito a educação a todos os cidadãos. O presente estudo é resultante do projeto interdisciplinar: Questão Social na Amazônia: desvendando mitos e revelando fatos no Estado de Rondônia e tem como objetivo analisar as dificuldades enfrentadas pelos deficientes visuais quanto sua inserção na educação escolar. Visa, ainda, demonstrar as dificuldades enfrentadas pelos professores quanto aos recursos financeiros e a aplicação da metodologia de ensino com os deficientes visuais do município de Ji-Paraná/RO. A pesquisa é relevante no  sentido de que permitirá, além da análise da problemática, a busca conjunta de soluções pelos professores, acadêmicos e profissionais de Serviço Social envolvidos na questão.

METODOLOGIA:

O método de procedimento utilizado foi o estudo de caso.  Para coleta de dados utilizou-se a entrevista com professores e com os deficientes visuais além da observação no Centro de Educação de Jovens e Adultos – CEEJA do município de Ji-Paraná. Foram entrevistados alunos com deficiência visual matriculados no centro e professoras da mesma instituição. Na coleta de dados junto aos deficientes visuais, aproveitamos para observar a questão da autonomia e segurança que os mesmos apresentam diante das situações. Para a analise dos dados utilizou-se o método dialético, pois o mesmo permite o processo de análise crítica da realidade.

RESULTADOS:

Ao perguntarmos para o primeiro entrevistado como ocorreu sua inserção na escola, o mesmo respondeu que foi convidado por uma professora, ele aceitou o convite e disse que foi o primeiro da lista. Outros entrevistados falaram que sua inserção na escola foi por vontade própria; eles mesmos procuraram a escola. Percebe-se que a inserção foi tardia, pois os entrevistados possuem idade superior a quarenta anos. Na continuidade, perguntamos se houve alguma discriminação na atualidade quanto à inserção na escola, os entrevistados responderam que, atualmente, não; e que a discriminação ocorreu no passado, pois os mesmos já deveriam estar formados há muito tempo. Referindo-se ao relacionamento com os professores disseram que é muito bom e que eles têm mais cuidados com eles do que a própria família. Os professores manifestaram dificuldades quanto à metodologia de ensino, pois as mesmas não recebem apoio por parte do poder público quanto à capacitação profissional para atuar com os deficientes e também não recebem recursos didáticos e infra-estrutura adequada para o trabalho.

 

CONCLUSÕES:

 A educação é um direito de todos, este é um dispositivo legal da nossa Constituição Federal e também da Lei Nacional de Diretrizes e Bases da Educação, Lei n 9394/96. No entanto observa-se que há uma enorme falha quando se trata dos portadores de necessidades educativas especiais. Quando se fala em desenvolver as capacidades básicas, trata-se de proporcionar ao indivíduo com qualquer deficiência a oportunidade de desenvolver toda potencialidade, tornando-se um ser autônomo, participativo, um cidadão pleno. No município de Ji-paraná, observa-se que os deficientes visuais têm enfrentado o preconceito do poder público, na medida que este não oferece as condições adequadas tanto para o acesso do estudante deficiente à escola, quanto ao preparo dos professores para lecionar com os mesmos. Vimos que as dificuldades vão desde a falta e o despreparo de recursos humanos até à questão de infra-estrutura adequada. Os deficientes entrevistados, como analisado anteriormente, vêm tendo um bom relacionamento com os professores, no entanto quanto ao processo educativo fica a desejar pela falta de apoio do governo tanto federal, estadual como municipal.

 

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Serviço Social; Deficiência Visual; Educação.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006