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F. Ciências Sociais Aplicadas - 1. Gestão e Administração - 9. Gestão e Administração
A UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS DE CUSTEIO EM INSTITUIÇÕES HOSPITALARES: UM ESTUDO COMPARATIVO NOS HOSPITAIS DA CIDADE DE MURIAÉ-MG.
Carlos Alberto Abreu 1
Alessandra Andrade Magalhães 2
Pedro Paulo de Andrade Cavalher 3, 4
(1. GRADUANDO DO DEPTO. DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS, FACULDADE DE MINAS - FAMINAS; 2. GRADUANDO DO DEPTO. DE JORNALISMO, FACULDADE DE MINAS - FAMINAS; 3. PROF. DO DEPTO. DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS, FACULDADE DE MINAS - FAMINAS; 4. PROF. DO DEPTO. DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS, FACULDADE DE MINAS - FAMINAS)
INTRODUÇÃO:
A competitividade proporcionada pela nova ordem econômica mundial, resultando na globalização dos mercados, que se encontra em forte expansão, vem influenciando as economias de todo o mundo capitalista, trazendo desafios para os gestores de diversos níveis e das mais variadas atividades. A ênfase na qualidade e no gerenciamento de custos tem se tornado uma das principais ferramentas para enfrentar os novos desafios que surgem, sendo enfatizada a criação de sistemas de custos bem elaborados, estes são provenientes da contabilidade, que por sua vez é fundamental nesta nova ordem, uma vez que ela é peça chave para a tomada de decisão. A gestão de custos em qualquer tipo de organização é apresentada como um instrumento gerencial fundamental para o controle dos recursos da mesma, sejam eles financeiros, materiais ou patrimoniais. O mercado da saúde não escapou desse cenário. De acordo com a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS), o Brasil é um dos países do mundo que mais gasta com saúde. Não é de estranhar, portanto, a ênfase crescente no campo de controle de custos nesta área. Neste sentido, o objeto deste trabalho é identificar quais são os principais métodos de custeio utilizados nas entidades hospitalares da cidade de Muriaé, bem como investigar as experiências destas entidades com o sistema de Custeamento ABC.
METODOLOGIA:
A metodologia escolhida foi a entrevista direta com dirigentes das instituições hospitalares. A pesquisa foi desenvolvida na cidade de Muriaé/MG, pertencente a região da Zona da Mata Mineira, onde é considerada o segundo maior pólo médico-hospitalar e o primeiro na microregião Leste da Zona da Mata Mineira, segundo a Fundação João Pinheiro. Tem 104 estabelecimentos de saúde privada e 49 pública, mantém uma média de 40.000 internações anuais, possui 855 leitos para internação e realiza cerca de 155.000 atendimentos mensais (Estatísticas Selecionadas de Saúde em Minas Gerais 1998-2002 / Fundação João Pinheiro). A pesquisa foi realizada com o universo de 05 hospitais (todos da cidade de Muriaé), tendo retornado 100% das entrevistas. Entre as pessoas entrevistadas, 25% tinha curso superior incompleto e 50% com superior completo, destes, 100% com formação em Contabilidade e 25% com uma segunda formação em Administração de Empresas, estes que tinham superior completo, 100% tinham pós-graduação em Gestão Hospitalar dentre outras, o que leva a acreditar que todos entrevistados detinham conhecimentos necessários sobre o assunto proposto nesta pesquisa “Sistemas de Custeio”. Dentre os entrevistados 100% eram pessoas com poder de decisão, que ocupavam funções gerenciais e de diretoria nos hospitais, o que contribuiu imensamente para a desejada obtenção dos resultados deste projeto.
RESULTADOS:
Os dados indicaram que em nenhum dos hospitais pesquisados existe uma área específica responsável pela elaboração dos cálculos e custos. Dentre os hospitais pesquisados, apenas 20% estava implantando um Sistema de Apuração de Custos Hospitalares (SACH) e 80% não tinham um SACH, dentre estes 50% estavam analisando a implantação de um SACH e 50% não o tinham por não dispor de recursos financeiros. Dos hospitais entrevistados, 40% mantém a estrutura do seu plano de contas de custos por centro de custos e 60% por um plano único, sem centro de custos. No que se refere ao sistema de custeio utilizado, 60% utiliza o custeio por absorção, 20% custeio variável e 20% custeio baseado em atividades (ABC), 80% utilizam o atual sistema de custeio a menos de 3 anos. Em termos de conhecimento sobre o custeio ABC, 80% decidiu não utilizá-lo e 20% está implantando. 40% que utilizam métodos de custeio por absorção, afirmaram não utilizar o sistema ABC em virtude da complexidade de implementação e operacionalização, 60% não consideraram a complexidade de implementação e operacionalização como fator de adoção do sistema ABC, sinal de que os gestores não têm um conhecimento sobre o mesmo.
CONCLUSÕES:
Esta pesquisa foi realizada com o intuito de identificar quais são os principais métodos de custeio utilizados pelas entidades hospitalares localizadas no segundo maior pólo médico-hospitalar da região da Zona da Mata Mineira, bem como as experiências destas entidades com o sistema ABC. Dos resultados comuns apresentados, observamos que os hospitais que utilizavam o sistema de custeio tradicional revelavam deficiência na geração de informações, destacando-se a variação no custo dos procedimentos, devido ao fato de o critério utilizado para alocar os custos indiretos ser subjetivo e arbitrário. O critério de custeio trata todos os custos como fixos em qualquer procedimento, desconsiderando sua variação. Sendo assim, pode-se concluir que a maioria dos hospitais de Muriaé operam com sistema de apuração de custos baseados no método por absorção e que a utilização do sistema ABC nestes hospitais ainda é quase que sutil. Este fato talvez se deve à falta de conhecimento deste sistema pelos gestores administrativos. É certo que por tudo isso, a imensa maioria dos gestores hospitalares continuarão a tomar decisões sem os dados reais de seus custos, podendo assim errar mais vezes em suas ações administrativas.
Instituição de fomento: Faculdade de Minas - FAMINAS
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Sistemas de Custeio; Custos Hospitalares; Gestão Hospitalar.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006