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F. Ciências Sociais Aplicadas - 12. Serviço Social - 7. Serviço Social

NOSSOS PARENTES EXCLUÍDOS: A QUESTÃO DA DISCRIMINAÇÃO INDÍGENA EM JI-PARANÁ/RO.

Rafaela Maia Gomes 1
Dulcineia da Silva Oliveira 1
Dulce Teresinha Heineck 1
Suelen Cristina R. da Silva 1
Lediane Fani Felzke 1
Dalva Felipe de Oliveira Gonçalves 1
(1. Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná/CEULJI/ULBRA)
INTRODUÇÃO:

A discriminação sofrida pela etnia indígena foi escolhida por ser um tema em debate em sala de aula devido à problemática que os povos indígenas da região vêm enfrentando com o desenvolvimento do Estado. Cada vez mais o poder público e iniciativa privada vêm invadindo as terras indígenas e implantando projetos que vão na contramão da preservação da cultura e do próprio povo indígena. O objetivo da pesquisa é analisar a questão do preconceito do povo ji-paranaense em relação ao povo indígena para, posteriormente enquanto acadêmicas do curso de Serviço Social e futuras profissionais, desenvolver ações de sensibilização do branco e resgate dos direitos indígenas. 

METODOLOGIA:

O método de procedimento foi o estudo de caso e o de análise o dialético. A pesquisa ocorreu através de leituras em revistas, jornais, livros e internet. Foram coletados dados e informações relevantes de palestras e conferências realizadas pela Igreja Católica e encontros de grupo de apoio aos povos indígenas; conferência no CEULJI/ULBRA, sobre a construção da hidrelétrica no Rio Machado, visitas e entrevistas aos índios na escola de Nova Londrina, questionamentos feitos com pessoas, incluindo alunos e professores da própria universidade CEULJI/ULBRA.

RESULTADOS:

No Estado de Rondônia, vivem 52 etnias indígenas. Destas, duas estão no município de Ji-Paraná, os Arara e os Gavião. Pela pesquisa foi identificado que os Gavião habitam no Igarapé Lourdes, fora de sua terra tradicional. Esta área pertence ao povo Arara. As etnias foram obrigadas a criar alianças entre si  com a promessa do governo em demarcar suas terras. Segundo  os indígenas foram falsos projetos que nunca saíram do papel e com isto eles vêm sendo prejudicados na manutenção da cultura e também da sobrevivência. O incentivo feito à pecuária e a construção de uma hidrelétrica no rio Machado são fatores que estão preocupando a comunidade indígena no momento, segundo eles essa é mais uma manobra do branco para invadir as terras e exterminar com o povo indígena. Somada a essa questão há muita falta de conhecimento do branco em relação ao índio, isso fica evidente nas entrevistas realizadas com diversas pessoas da comunidade, entre elas acadêmicos e professores universitários, onde muitos dizem que o índio é preguiçoso e que tem mais que acabar com a proteção. Outros dizem que índio não é gente e por isso deveria viver no mato, outros ainda acham que é correto o branco tomar as terras dos índios, pois eles não trabalham e outros ainda disseram  que índio não necessita de cuidados médicos e nem assistência social porque tem que viver na mata e ele mesmo cuidar-se.

 

CONCLUSÕES:

O povo indígena ainda é muito discriminado pela população em geral. Poucas são as pessoas que se preocupam com o bem-estar do povos Arara e Gavião. Falta assistência nos mais diversos aspectos, saúde, educação, Alimentação. As matas, em sua maioria, foram derrubadas e a caça e a pesca com isso se extinguiram. Percebe-se, pela pesquisa, que medidas de proteção ao povo indígena precisam ser tomadas com urgência, pois, ao contrário, não teremos mais povos indígenas na região. A maioria das pessoas entrevistadas admite ser descendente indígena e que formaram sua opinião baseada em mitos, mas não demonstram nenhum vínculo afetivo com o povo indígena.  É necessário dar continuidade a análise da questão indígena na região para que possamos intervir mudando essa realidade discriminatória antes que seja tarde de mais.

 

 

 

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Serviço Social; Questão Indígena; Inclusão.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006