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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais

ANÁLISE DA ATIVIDADE TOXICOLÓGICA E CITOTOXICOLÓGICA DO EXTRATO HIDROALCÓOLICO DA ERVA CIDREIRA (Melissa officinalis)

Nayana Alves de Miranda Teixeira 1
Yanna Carolina Ferreira Teles 1
Nathalie Helen Paes Barreto Borges 1
Mitchelle Mitcheline Oliveira Fernandes 1
Jonathas Bezerra Saldanha Nunes 1
Marçal de Queiroz Paulo 2
(1. Aluno(a) Iniciação Científica/Lab. Químico de Produtos Naturais/DQ/CCEN/UFPB; 2. Prof. Dr. do Departamento de Química/CCEN/UFPB)
INTRODUÇÃO:
Melissa officinalis, conhecida popularmente como cidreira e erva-cidreira, é uma planta da família Lamiaceae, arbustiva de 20 a 80 cm de altura. Trata-se de uma planta com odor semelhante ao do limão, que torna-se mais intenso depois que a planta seca. As folhas são ovadas a romboidais ou oblongas e com a margem crenada. As flores são de pequenas dimensões, de cor esbranquiçada. Melissa officinalis apresenta várias propriedades medicinais: calmante, sedativa, digestiva, estimula a transpiração, diminui gases, cólicas, tensão nervosa; age contra a insônia, ansiedade, enxaqueca e ajuda nos casos de traumatismo emocional. Devido ao seu uso na medicina tradicional, os extratos dessa planta já foram avaliados através de várias pesquisas farmacológicas. O presente estudo teve como objetivo avaliar as atividades toxicológicas e citotoxicológicas dos extratos hidroalcóolicos das folhas de M. officinalis.
METODOLOGIA:
A extração das folhas de Melissa officinalis foi realizada através de percolação utilizando como solvente etanol e água na proporção 8:2, durante 5 dias. O extrato foi filtrado e concentrado à pressão reduzida. Seu potencial toxicológico e citotoxicológico foi avaliado nas concentrações de 500, 200, 100, 70, 50 e 10 μg/mL. O teste toxicológico foi realizado frente à alevinos de Poecilia reticulata. As soluções foram preparadas dissolvendo-se 0,5g de extrato em 1 litro de água destilada, para obter uma solução de 500 μg/mL, a partir da qual foram preparadas as demais concentrações através de diluição. Os alevinos de P. reticulata foram aclimatados em laboratório por um período de 48 horas e, posteriormente, usados nos testes. Os testes citotoxicológicos em Artemia salina foram realizados segundo metodologia de Fontenele(1988). Os ovos de A. salina foram incubados por 48 horas, em água salina à temperatura ambiente e luz artificial, até a eclosão das larvas. Dissolveu-se 0,05g do extrato em 100 mL de água salina devidamente tratada, para obtenção da solução de 500 μg/mL. A partir desta, as demais soluções foram preparadas através de diluição. Ambos os testes foram realizados em duplicata, contendo dez animais em cada solução, com tempo de exposição de 24 horas, usando também um grupo controle preparado nas mesmas condições, sem a presença dos extratos. Após o período de exposição foi realizada a verificação da mortalidade dos animais.
RESULTADOS:
No teste toxicológico observou-se a mortalidade de 100% dos alevinos na concentração de 500, 200 e 100 μg/mL, 80% na concentração de 70 μg/mL, 30% na concentração de 50 μg/mL e 10% na concentração de 10 μg/mL. No teste citotoxicológico verificou-se a mortalidade de 100% das larvas na concentração de 500 μg/mL, 95% na concentração de 200 μg/mL, 80% na concentração de 100 μg/mL, 65% na concentração de 70 μg/mL, 35% na concentração de 50 μg/mL e de 15% na concentração de 10 μg/mL.
CONCLUSÕES:
O extrato hidroalcoólico das folhas de Melissa officinalis apresentou toxicidade frente a alevinos de Poecilia reticulata, demonstrando DL50 de 60 μg/mL. Apresentou, também, citotoxidade com DL50 de 60 μg/mL. Devido ao potencial toxicológico e citotoxicológico apresentado e ao seu freqüente uso na medicina tradicional, torna-se necessária uma investigação mais aprofundada das propriedades tóxicas dos extratos de Melissa officinalis.
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Melissa officinalis; toxicidade; citotoxicidade.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006