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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais

ANÁLISE DA ATIVIDADE TOXICOLÓGICA E CITOTOXICOLÓGICA DO ÓLEO ESSENCIAL DAS FOLHAS DA AROEIRA-DA-PRAIA (Schinus terebenthifolius Raddi)

Nathalie Helen Paes Barreto Borges 1
Jonathas Bezerra Saldanha Nunes 1
Marçal de Queiroz Paulo 2
(1. Aluno(a) IC - Laboratório Químico de Produtos Naturais/ DQ/ UFPB; 2. Orientador - Laboratório Químico de Produtos Naturais/ DQ/ UFPB)
INTRODUÇÃO:

Aroeira-da-Praia (Schinus terebenthifolius Raddi), espécie pertencente à família Anacardiaceae, é uma árvore de 4 a 6 metros de altura, com ramos foliosos, folhas com folíolos sésseis de margens serrilhadas, flores pequenas e aromáticas de coloração amarelo-clara e frutos avermelhados, pequenos e globosos. É uma planta nativa brasileira, que se distribui do litoral nordestino ao Rio Grande do Sul, ocorrendo também no interior de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Goiás e São Paulo.  Na medicina popular é usada como antiinflamatório, analgésico, anti-séptico, cicatrizante, no tratamento de problemas menstruais com excesso de sangramento, em doenças no trato geniturinário, entre outros. Em alguns países da América Latina é usada na fermentação de vinagres e bebidas alcoólicas. O presente estudo teve como objetivo avaliar as atividades toxicológicas e citotoxicológicas do óleo essencial das folhas de S. terebenthifolius.

METODOLOGIA:
O óleo essencial foi extraído a partir de folhas frescas de S. terebenthifolius, por hidrodestilação, utilizando-se Extrator de Óleos Essenciais Clevenger por 3 horas, mantendo-se a temperatura de 70°C. Para melhorar o rendimento da extração utilizou-se hexano, posteriormente eliminado através de evaporador rotatório à temperatura igual a 60°C, obtendo-se o óleo essencial de cor amarelo-claro e odor característico. A atividade toxicológica foi testada em alevinos de Poecilia reticulata, nas concentrações de 200, 100, 50 e 30mg/mL. As soluções foram preparadas dissolvendo-se 0,2g de óleo essencial em 1 litro de água destilada, obtendo-se uma solução de 200 mg/mL. A partir desta, foram feitas diluições consecutivas para obter as demais soluções. Os alevinos foram aclimatados em laboratório por um período de 48 horas. O teste foi realizado em duplicata, contendo dez alevinos em cada solução, com tempo de exposição de 24 horas. Os testes citotoxicológicos sobre Artemia salina foram baseados na metodologia de FONTENELE (1988), realizados nas concentrações de 100, 50, 30 e 15mg/mL. Dissolveu-se 0,01g de óleo essencial em 100mL de água salina devidamente tratada, para obtenção da solução de 100mg/mL e que, a partir desta, as demais soluções puderam ser preparadas. Os ovos de A. salina foram incubados por 48 horas, à temperatura ambiente e luz artificial, até a eclosão das larvas. Os testes foram realizados em duplicata, contendo dez larvas em cada solução, expostas por 24 horas.
RESULTADOS:
O óleo essencial de S. terebenthifolius apresentou atividade citotóxica verificando-se uma porcentagem de mortalidade igual a 100% para a concentração de 200mg/mL, 10% para a concentração de 100mg/mL, 5%  para a concentração de 50mg/mL e 0% para a concentração de 30mg/mL. Apresentou também toxicidade sobre Poecilia reticulata correspondendo a uma porcentagem de mortalidade igual a 100% para a concentração de 100mg/mL, 90% para a concentração de 50mg/mL, 80% para 30mg/mL e 25% para 15mg/mL.
CONCLUSÕES:

 

De acordo com os resultados obtidos, o óleo essencial de Schinus terebenthifolius apresentou toxicidade sobre P. reticulata, correspondendo a DL50 de 147mg/mL. Apresentou também citotoxicidade com DL50 de 20mg/mL. Devido ao potencial toxicológico e citotoxicológico apresentado e ao seu freqüente uso na medicina popular, torna-se necessária uma investigação mais aprofundada das propriedades tóxicas do óleo essencial das folhas de S. terebenthifolius.

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Óleo essencial; Toxicidade; Schinus terebenthifolius.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006