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D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 2. Analise Toxicológica
AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DE NANOPARTÍCULAS INTACTAS E EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE DEGRADAÇÃO
Thiago Caon 1
Betina Giehl Zanetti Ramos  2
Elenara Lemos-Senna  3
Valdir Soldi  2
Célia Barardi  1
Cláudia Maria Oliveira Simões  1
(1. Laboratório de Virologia Aplicada da UFSC / Departamentos de Ciências Farmac; 2. Laboratório de Materiais Poliméricos / Departamento de Química / QMC / CFM ; 3. Laboratório de Farmacotécnica / Departamento de Ciências Farmacêuticas / CIF)
INTRODUÇÃO:
O uso de nanopartículas poliméricas biodegradáveis em sistemas carreadores de fármacos é cada vez mais freqüente. Além de conferirem boa estabilidade, absorção e transferência tissular, elas podem ser facilmente conjugadas a outras moléculas. Outro aspecto relevante é que diminuem os efeitos colaterais, devido a uma maior especificidade, associada à vantagem de permitirem o uso de doses mais baixas. A nanoencapsulação pode representar uma opção interessante para a liberação de vários fármacos numa mesma formulação, proteger moléculas que são vulneráveis à degradação no trato digestivo, fornecer propriedades de liberação controlada, mascarar um sabor desagradável, entre outras vantagens. Considerando-se que essas nanopartículas serão administradas terapeuticamente em organismos vivos, é importante avaliar sua citotoxicidade, quando estiverem intactas e, após serem degradadas, visto que os produtos gerados podem ter comportamento diferenciado com relação à toxicidade.
METODOLOGIA:
O Laboratório de Farmacotécnica efetuou a degradação das formulações, F11 e F12, em três diferentes estágios (7, 14 e 30 dias). As mesmas foram, então, fornecidas para os ensaios biológicos na concentração de 1mg/mL. A avaliação da citotoxicidade foi realizada em duas linhagens celulares diferentes: VERO e MA 104. As células MA104 cresceram em meio DMEM e as VERO em meio MEM, ambos suplementados com 10% de soro fetal bovino e 1% de antibióticos e antifúngico. Após o período de incubação(37 C e 5% CO2) das células com os materiais testes (3 dias), em dez concentrações diferentes, partindo-se de 500 μg/mL (razão 1:2) analisaram-se as alterações morfológicas celulares, por microscopia óptica invertida e, então, efetou-se o ensaio colorimétrico com MTT, por espectrofotometria a 540 nm.
RESULTADOS:
Através do ensaio do MTT, as nanopartículas intactas (F11 e F12) não apresentaram citotoxicidade, nas concentrações testadas (500 até 0,98 µg/mL). Os produtos de degradação destas mesmas nanopartículas (7, 14 e 30 dias) também não demonstraram citotoxicidade, nas mesmas concentrações testadas. Através da leitura visual microscópica, não foram observadas alterações morfológicas nas células tratadas com as nanopartículas intactas e degradadas, comparando-se aos controles celulares.
CONCLUSÕES:
A citotoxicidade apresentada pelas nanopartículas intactas e em degradação (7, 14 e 30 dias) foi superior a 500 μg/mL. Comprovada a não citotoxicidade dessas nanopartículas poliméricas, nas concentrações testadas, podem ser realizados estudos que visam sua utilização na nanoencapsulação de fármacos. Após a incorporação do fármaco nas nanopartículas será necessária nova avaliação da citotoxicidade, visto que as mesmas podem sofrer modificações estruturais, que podem conferir diferentes propriedades químicas, principalmente, em relação à polaridade, interagindo diferentemente com as células e provocando alterações na citotoxicidade.
Instituição de fomento: CNPq/MCT e CAPES/MEC
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: nanopartículas; citotoxicidade; degradação.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006