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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E CLASSE ESPECIAL: UM ESTUDO DE CASO DAS PERCEPÇÕES E AÇÕES DA GESTÃO ESCOLAR

Sabine Jost 1
Soraia Napoleão Freitas 2
(1. Curso de Especialização em Gestão Educacional/UFSM; 2. Departamento de Educação Especial/UFSM)
INTRODUÇÃO:

Atualmente, as discussões acerca do tema educação inclusiva são bastante recorrentes, haja vista as diretrizes e políticas vigentes que apontam para esse paradigma. Entretanto, grande parte desses debates permite perceber que não se tem uma clareza sobre qual o papel da classe especial nesse processo, e a discrepância de idéias reflete-se no âmbito escolar, em suas práticas educativas. Diante disso, faz-se imperativo o estudo da gestão escolar frente à nova realidade educacional que se impõe, verificando quais são suas concepções, posicionamentos, imaginários... Nesse sentido, o presente trabalho objetiva por identificar as percepções dos gestores escolares e, busca realizar a transposição para o dia a dia da escola, isto é, entender como elas são levadas a cabo, enquanto projeto pedagógico e ações efetivas dentro do sistema escolar.

METODOLOGIA:

A presente pesquisa caracteriza-se por ser um estudo de caso, de uma escola da rede pública de Santa Maria/ RS, que conta com os serviços da classe especial e assumiu um projeto inclusivo. Apresenta uma abordagem qualitativa, com cunho descritivo, numa perspectiva etnográfica. No concernente aos métodos para coleta de dados, foram utilizados: a observação da organização escolar, atentando-se para os aspectos relacionados à classe especial, tais como localização da mesma na escola, acessibilidade, materiais e recursos disponíveis, formação da professora responsável, critérios para encaminhamentos e permanências, quantidade de alunos, entre outros; entrevistas semi-estruturadas direcionadas aos gestores escolares, a fim de encontrar subsídios acerca de suas percepções (implícitas e explícitas) e ações (concretas); e análise documental do projeto pedagógico da escola, verificando como este contempla as questões que a educação inclusiva abrange.

RESULTADOS:

A partir desse estudo, pode-se verificar que embora a inclusão escolar e a construção do projeto pedagógico como instrumento norteador desse processo sejam políticas educacionais promulgadas há uma década, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), as instituições escolares ainda convivem com muitas dúvidas perante tais questões. Somado a isso, ficou evidente que a classe especial precisa enfrentar as problemáticas relativas a diversas concepções equivocadas, bem como a rotulações e estigmas, visto que continuam fortemente arraigados na mente social e nas práticas educativas, o que faz das classes especiais, por diversas vezes, espaços de segregação e exclusão dos alunos com problemas de aprendizagem detectados e/ou criados na escola. Por outro lado, também se verifica uma abertura maior para a mudança de mentalidade, a qual está ocorrendo de forma gradual e contínua, revertendo-se numa postura mais reflexiva por parte dos diversos atores do ambiente escolar.

CONCLUSÕES:

Por fim, destacamos a importância de um repensar nas escolas, principalmente por parte dos gestores, sobre o papel da educação especial e classes especiais dentro dessas instituições. Para tanto, é fundamental inserir essa reflexão no próprio projeto pedagógico da escola, que deve contemplar a educação inclusiva. Urge, desse modo, o compromisso e a responsabilidade de todos os membros da comunidade escolar com a construção de uma nova realidade educacional, ou seja, com a busca pela concretização de uma escola mais democrática e realmente digna de ser chamada de inclusiva.

 
Palavras-chave: Educação inclusiva; classe especial; gestão escolar.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006