Neste projeto, discute-se as relações de gênero na sociedade brasileira contemporânea, avalia-se as conquistas sociais, políticas e econômicas alcançadas pelas mulheres nos últimos cinqüenta anos, bem como os impasses e preconceitos que permanecem como desafio para as lutas cotidianas. Aborda-se, também, aspectos referentes à violência sexual e doméstica e verifica-se os impactos e traumas advindos dessas relações violentas de gênero.

Através da análise dos boletins das DEAMs, percebe-se o crescimento das agressões domésticas nos ciclos de desemprego. As conferências internacionais promovidas pela ONU no Cairo, Viena e Beijing promoveram a discussão da questão dos direitos humanos da mulher dando origem a políticas públicas e assinatura de compromissos internacionais pelo Brasil. Contudo, a questão da jornada dupla, a dificuldade da divisão das tarefas domésticas, a violência simbólica que implica em discriminação e salários menores se constituem em dificuldades para a mulher na sociedade brasileira contemporânea.

A participação das mulheres nas lutas e movimentos sociais resgatou, nos últimos cinqüenta anos, o espaço no mundo público, embora impasses e dificuldades permaneçam no contexto contemporâneo. A questão da violência doméstica, conjugal e sexual contra a mulher relaciona-se com os estereótipos e a construção do masculino e feminino na sociedade brasileira, sobretudo através da família e educação. Traumas e transtornos psicológicos advindos dessa conjuntura de fatores foram evidenciados pela pesquisa.