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A. Ciências Exatas e da Terra - 2. Ciência da Computação - 5. Informática na Educação

A INFOBETIZAÇÃO DA TERCEIRA IDADE NO PROJETO ULBRATI

Ilma Rodrigues de Souza Fausto 1
Rosangela Kiekow Rosa 1
Willian Bolzan dos Santos 1
Susana Maria Mana de Aráoz 1
José Martins dos Santos 1
(1. Centro Universitario Luterano de Ji-Paraná-CEULJI-ULBRA)
INTRODUÇÃO:

A ULBRATI, Universidade Luterana do Brasil para a Terceira Idade, oferecida no CEULJI, unidade da ULBRA de Ji-Paraná - RO, visa atender pessoas que se encontram nas classificações: adulto intermediário e adulto tardio. As pessoas nesta fase da vida são, por muitas vezes, acometidas por uma grande apatia que, em sua maior parte, se deve ao fato de não “possuírem” mais o antigo vigor físico e cognitivo das fases anteriores à 3ª idade. Essa realidade se acentua em Ji-Paraná pela total falta de espaço para que estas possam expressar-se e participar de forma atuante na vida social. Além da falta de perspectiva social, que as limita a ficarem em suas casas, há o fator distância, ou seja, a maioria destas são imigrantes de outras regiões onde a situação sócio-econômica do país priva um contato mais freqüente com suas famílias extensas. Nesse sentido a infobetização não foi um objetivo, foi uma conseqüência positiva alcançada no processo de inclusão digital. Pois estes, apesar de sua condição física e cognitiva, movem-se a procurar o seu espaço na IES, e principalmente, no mundo globalizado buscando através da ferramenta digital, um meio de inclusão social. Essa atividade possibilita uma análise dos paradigmas da sociedade que marginaliza estes cidadãos e uma retomada de postura com relação aos envolvidos na execução do projeto, unificando as diversas áreas de ensino para viabilizar através da interação do mediado - tecnologia digital – mediador - numa práxis educativa intertranscultural a interação dos indivíduos na sociedade informatizada e globalizada.

METODOLOGIA:

A interação das áreas pedagogia-informática e psicologia visa ampliar as ações em uma metodologia comum que atinja a interação do conhecimento respeitando os espaços pertinentes aos mesmos. Para tanto, a metodologia utilizada ampara-se numa visão contrutivista sócio-interacionista, onde a ferramenta aplicada é mais uma aliada para a relação mediador-mediado-conhecimento. Para a viabilidade e sucesso desta mediação podem-se apontar alguns parâmetros que norteiam a práxis desta proposta. O papel do professor que respeita a individualidade e ao mesmo tempo proporciona ao grupo e/ou individualmente, conforme objetivo ou necessidade diagnosticada, proporcionando reduzir a educação a um ato mecânico, mas sim, perceber e valorizar a capacidade intelectual de cada indivíduo estimulando a construção de significados que seja suporte de aprendizado. Ao mesmo tempo, o idoso interage diretamente com o computador e o educador está presente sempre que solicitado ou se observar a necessidade de intervenção para fins de elaborar um novo significado (aprendizado). Todos possuem a liberdade de interagir entre si re-elaborando significados, trocando idéias ou conhecimentos na sua diversidade cultural e temporal. Pois cada ser humano tem o seu ritmo, suas potencialidades e necessidades individuais, estas precisam ser respeitadas e valorizadas para que o grupo possa nutrir-se destas ferramentas na resolução de problemas superando a sua condição cognitiva e amparando os demais neste processo de interação, informatização e globalização de culturas.

RESULTADOS:

No transcorrer da práxis deste projeto verificou-se a importância da valorização afetiva e cognitiva de cada envolvido na proposta, pois a superação e o salto qualitativo de interação com a ferramenta digital associada a elevação da auto-estima foram fatores preponderantes no sucesso do processo. Mesmo os considerados não-alfabetizados puderam, através do computador, entrar em contato com a escrita, leitura e a expressão artística, respeitando interesses e limitações. Os demais considerados alfabetizados puderam explorar e ampliar seus conhecimentos através da interação pessoal de forma prazerosa. Além destes aspectos, faz-se necessário apontar a interação via Internet que ampliou a inserção social e digital por parte do idoso na sociedade globalizada e na ‘era da informática’. Para os mediadores/ facilitadores a experiência passa a ser ímpar, pois a bagagem adquirida em todas as fases do projeto proporciona uma vivência da visão utópica de sociedade que eles possuíam e de aprendizado alicerçado na práxis intertranscultural.  

CONCLUSÕES:

O relacionamento entre os facilitadores, além da contínua troca de idéias, leituras, experiências e reflexão dos momentos, cooperou de forma decisiva para o sucesso das intervenções. A infobetização proporcionou aos envolvidos uma nova maneira de intervir no meio educacional de forma dinâmica e ao mesmo tempo vislumbrando uma janela de opções para a sociabilização dos idosos no contexto globalizado. As ações foram planejadas e reorganizadas sempre que necessário para o acesso e a elaboração de novos aprendizados a todos os envolvidos. Percebe-se que o grupo que participa da ULBRATI o faz porque sente necessidade de ser parte integrante da sociedade ‘intelectualizada’, pois o conhecimento, as informações correm no seu meio e estes não querem ficar à margem desta relação social de conhecimento. Desta forma, o projeto, nas suas facetas, conseguiu aglutinar interesses diferentes para uma interação comum, ou seja, os idosos, a ferramenta digital e o educador.

 
Palavras-chave: Infobetização; práxis; terceira idade.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006