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D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 3. Clínica Médica

RELAÇÃO ENTRE A ULTRASSONOGRAFIA E O EXAME ANATOMOPATOLÓGICO NA HEPATOPATIA CRÔNICA PELO VÍRUS C

Luís Gustavo Rosa Ferreira 1
Lucas Gama Barbosa  1
João Paulo Oliveira Benning Araújo 1
Priscila Regina Alves Araújo 1
Carlos Augusto de Oliveira Cavalcanti 1
(1. Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas/UNCISAL)
INTRODUÇÃO:

    Admite-se que no mundo 170 milhões de indivíduos estejam cronicamente infectados pelo vírus da Hepatite C (VHC), pertencente à família Flaviviridae, gênero Hepacivirus. No Brasil, este tipo de Hepatite representa, na atualidade, um grande problema de saúde pública, tanto por sua prevalência, a qual pode variar entre 0,5% a 15% em doadores de sangue, quanto por sua dramática evolução para a cronicidade. O Ministério da Saúde estabelece que o tratamento com drogas específicas deve ser realizado quando houver lesão hepática grau II ou mais. O consenso em relação à realização de biópsia hepática apresenta como critérios a serem respeitados: níveis elevados de transaminases por no mínimo seis meses e marcador sorológico positivo para o VHC. Assim, verificamos que não há nenhuma referência ao uso da ultrassonografia como critério para a realização de biópsia. Desta forma este estudo se propõe a analisar a utilidade da ultrassonografia como critério de indicação de biópsia hepática na hepatite crônica pelo vírus C por ser um método não-invasivo, de fácil realização e baixo custo. 

METODOLOGIA:
     O presente estudo é do tipo descritivo, transversal e consiste na realização de biópsias hepáticas guiadas por ultrassonografia em pacientes atendidos em serviços de referência em hepatite no estado de Alagoas. As biopsias foram realizadas no Hospital Escola José Carneiro, durante o período de junho de 2005 a janeiro de 2006. Em paralelo a realização das biópsias, foram realizados estudos ultrassonográficos do abdome superior  desses pacientes  para comparação com os resultados obtidos com a análise anatomopatológica.
RESULTADOS:

    Foram analisados os laudos da ultrassonografia e do exame anatomopatológico de 14 pacientes sendo 10 do sexo masculino e 4 do sexo feminino. A idade média foi de 48,6 anos. Dos 14 pacientes estudados  metade apresentou alterações ultrassonográficas - alteração textural leve, moderada ou intensa -  sendo  85,7% do sexo masculino e destes 71,4% na faixa etária entre 40 a 60 anos. Neste grupo, 42,8% apresentaram alterações histopatológicas (inflamação e fibrose) com indicação de receber tratamento específico. Em contrapartida no outro grupo 50% dos pacientes não apresentaram alterações ultrassonográficas, destes 57,2% eram do sexo masculino com 42,85% na faixa de idade entre 40 e 60 anos. Neste grupo apenas 28,18% foram indicados para receber tratamento específico. Entre os pacientes que apresentaram alterações ultrassonográficas e histopatológicas concomitantemente todos eram do sexo masculino e encontravam-se na faixa etária entre 40 e 60 anos.

CONCLUSÕES:

    Pela amostra pesquisada pacientes do sexo masculinos compreendidos entre 40 e 60 anos de idade foram os que apresentaram alterações ultrassonográficas com indicação de biópsia hepática, valores significativos. Quanto aos  pacientes pertencentes às outras faixas etárias houve maior chance de apresentar resultados histopatológicos irrelevantes, portanto, sem indicação de receber tratamento específico. Contudo, deve ser ressaltado que se faz necessário pesquisar um maior número de pacientes.

Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas/FAPEAL
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Hepatite crônica ; Biópsia hepática; Histopatologia.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006