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C. Ciências Biológicas - 2. Biologia - 1. Biologia da Conservação
CARACTERIZAÇÃO QUALIDADE DA ÁGUA NO CÓRREGO URBANO NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO
Karina Eliane Quege 1
(1. Universidade Federal de Goiás)
INTRODUÇÃO:

O Córrego Botafogo é classificado como sendo de classe II, citado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (BARROS, 2005). As águas de rio de classe II, de acordo com a resolução do (CONAMA, 1986) são destinadas: ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário; a irrigação de hortaliças e plantas frutíferas, à criação natural ou intensiva de espécies destinadas à alimentação humana.

O Córrego Botafogo está situado na região central do Estado de Goiás, localizado entre os paralelos 160 38’S e -160 44’S, meridianos 490 14’W. O Córrego Botafogo apresenta uma extensão de 9,8 km da nascente a foz, percorrendo a área urbana da cidade de Goiânia, passando pelos bairros: Jardim das Esmeraldas, Bairro Santo Antônio, Vila Maria José, Vila São João, Pedro Ludovico, Jardim Goiás, Setor Sul, Setor Central, Universitário, Vila Nova, Nova Vila, Setor Norte Ferroviário e Criméia Leste (GHAZALE, 2002).

Este curso d’água recebe afluente do Córrego Areião, possui nascente preservada e formada por três lagos localizados no Jardim Botânico Chico Mendes, entre os setores Jardim das Esmeraldas e Bairro Santo Antônio. No seu percurso o rio se encontra no estado natural com a margem coberta pela vegetação do Jardim Botânico até a Avenida Jamel Cecílio. O Córrego Botafogo é canalizado a partir da avenida Jamel Cecílio até o Setor Ferroviário e não tem cobertura vegetal nas suas margens.

Este breve período de observação da qualidade das águas no Córrego Botafogo vem contribuir ao acervo de informações existentes sobre recursos hídricos em Goiás. Este estudo também vem analisar a qualidade das águas do Córrego Botafogo, afluente do Rio Meia Ponte; estudar a  Bacia do Meia Ponte, uma das  mais importante para Goiânia; bem como conhecer o efeito da urbanização sobre a qualidade dos corpos d’água.

Para o estudo do Córrego Botafogo, foram estabelecidos os seguintes objetivos: 1)  caracterizar a qualidade da água no Córrego Botafogo na área urbana de Goiânia e 2) avaliar se a qualidade da água do Córrego Botafogo está de acordo com a Resolução CONAMA (1986) para  os  seguintes parâmetros: OD, DBO5, cor, turbidez, sólidos suspensos, pH para rios de classe II.

METODOLOGIA:

O Córrego Botafogo foi a área de estudo escolhida, pois pouco se conhece sobre este recurso hídrico. O Córrego Botafogo corre na área urbana de Goiânia e possui uma extensão razoável (9,8 km). As pontes em sua extensão  facilitam a coleta das amostras em alguns lugares o Córrego apresenta problemas de mau odor.

Foram demarcadas três estações de amostragem em locais estratégicos ao longo da extensão do Córrego Botafogo: Lago do Jardim Botânico (nascente), Setor Sul e rua Dr. Constâncio Gomes no Criméia Leste (foz), nomeadas E1, E2 e E3 respectivamente. As coletas foram realizadas nos meses de outubro, novembro e dezembro, nos dias 29, 11 e 16, no horário entre às 14 e 15 horas. Durante as coletas foram registrados aspectos gerais do local de amostragem, descritos na Tabela 3.

Foram determinadas as seguintes características físico-químicas nos três pontos de amostragem: OD, DBO5, cor, turbidez, sólidos suspensos e pH. A escolha de três pontos amostrais teve por objetivo a diminuição de custos para realização do trabalho.

As amostras foram coletadas em um recipiente de plástico e colocadas, posteriormente, em copos plásticos com tampa. As amostras foram levadas para o Laboratório de Saneamento da Escola de Engenharia Civil da UFG para fazer as medições físico-quimicas. A temperatura da água (TAG) em °C e o oxigênio dissolvido (OD – mg/L) foram medidos no local com oxímetro Handylab OX1/set da Schot; a cor (COR – mg/L), turbidez (TUR – NUT), sólidos suspensos (SOL – mg/L) foram medidos pelo DR890 Colorimeter da Hach; o potencial hidrogeniônico (pH) pelo método eletroquímico; e as amostras foram conservadas na estufa incubadora para DBO modelo 347 CD da Fanem a 20 oC.

As amostras foram coletadas no período vespertino, com o auxílio de um balde de plástico e corda. Depois de coletada as amostras foram medidas as concentrações de OD feita à medição com o oxímetro Handylab OX1 da Schot e posteriormente as amostras foram colocadas em recipiente de copo plástico e levadas para incubação durante 5 dias a 20 °C no Laboratório de Saneamento da Escola de Engenharia Civil da UFG.

RESULTADOS:

Na estação 1 a DBO apresentou o valores de 0,00 a 0,86mg/L. A cor variou de 74 a 90 mg/ PtCo em E1. A turbidez variou de 5 a 9 UT. Os valores registrados de sólidos suspensos variaram de 3 a 6 mg/L. Em relação ao pH os valores encontrados nesta estação variaram de 7,6 a 7,7.

A DBO na estação 2 apresentou valores na faixa de 0,00 a 0,40mg/L. A cor variou de 56 a 46 mg/L PtCo em E2. Em relação a turbidez ela variou de 2 a 7 UT . Os valores registrados de sólidos suspensos variaram de 4 a 5mg/L . Em relação ao pH os valores encontrados na estação variaram de 7,5 a 7,9.

Na estação 3 a DBO5 apresentou o valor de 0,00 a 2,19 mg/L. A cor variou de 90 a 102mg/LPtCo em E3. A turbidez  variou de 5 a 10 UT . Os valores registrados de sólidos suspensos variaram de 3 a 5mg/L. O pH variou de 7,2 a 7,6.

A concentração de OD no Córrego Botafogo  apresentou valor não inferior à 5mg/L em E1 e E3 no dia 11/novembro como recomendado pela resolução CONAMA (1986) para rios de classeII e os demais valores  inferiores a 5mg/L. No dia 29/outubro em E1 verificou o menor valor descrito, 1,34mg/L. Das nove medições de OD no campo, duas estiveram de acordo com a resolução  CONAMA (1986).

CONCLUSÕES:

As análises realizadas de água no Córrego Botafogo sugerem as seguintes informações desse ecossistema fluvial para o período amostrado:

 - Estreitas faixas de variação de pH (7,2 a 7,9) com potencial hidrogeniônico conferindo a este ecossistema um caráter neutro a básico;

- O Córrego apresenta águas coloridas (46 a 102mg/ LPtCo). Em algumas amostras do Córrego Botafogo durante o período estudado apresentaram valores superiores a 75 mg/LPtCo que é recomendado pelo CONAMA (1986). A turbidez apresentou baixos valores (2 a 10UT), estando em conformidade com a resolução do CONAMA (1986) que indica valores até 100 UT;

- Há baixa concentração de sólidos suspensos (3 a 6mg/L) estando de acordo com a resolução CONAMA (1986);

- Todos os valores mencionados para DBO estavam em conformidade com a resolução do CONAMA (1986). Neste período estudado o Córrego Botafogo apresentou águas com baixas concentrações de demanda bioquímica de oxigênio;

- Em algumas amostras a concentração de OD foi superior a 5mg/L apresentando de acordo com a resolução do CONAMA (1986) que sugere valores não inferiores a 5mg/L para OD e a maioria dos valores encontrados para OD estiveram inferior a 5mg/L. As concentrações de oxigênio dissolvido estão relativamente baixas.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABES. 1979. Manual do Analista de Água.Rio de Janeiro.CETESB.98p.APHA, AWWA e WPCF, Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 1995. Eaton, A. D., Clesceli, L.S., Grenberg, A. E. (Eds), 19th Edition American Public Health Association.

BARROS, J. 2005.  Comunicação pessoal. Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Goiânia - GO (SEMMA). Em: 05/02/2005. Telefone: (62) 5241400.

 
Palavras-chave: Córrego; Oxigênio dissolvido.; Demanda bioquímica de oxigênio. ; Poluição; Qualidade da água..
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006