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D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia

AÇÃO DE CHALCONAS SOBRE CÉLULAS DE MELANOMA (B16F10)

Andréia Lilian Formento Navarini  1
Márcio Fritzen  1
Louise Domeneghini Chiaradia  2
Rosendo A. Yunes  2
Maria Cláudia Santos da Silva  3
Tânia Beatriz Creczynski-Pasa  1
(1. Departamento de Ciências Farmacêuticas - UFSC; 2. Departamento de Química - UFSC; 3. Departamento de Análises Clínicas - UFSC)
INTRODUÇÃO:

O câncer é a segunda maior causa de morte no Brasil, com uma estimativa de 122.600 óbitos em 2002. O melanoma é uma neoplasia maligna originada a partir dos melanócitos, sendo a principal causa de morte por doença de pele, o qual caracteriza-se pela alta capacidade de infiltração no sistema nervoso central (SNC). O prognóstico de pacientes com melanoma metastático é desfavorável, com sobrevida média de 8 a 9 meses, e o tratamento com fármacos quimioterápicos e/ou compostos imunoterápicos e hormonais tem falhado em fornecer melhorias clínicas significativas. A principal causa é a perda da eficácia dos fármacos ao longo do tratamento. Estas células desenvolveram diversos mecanismos de resistência, sendo que a mais importante e preocupante é a resistência a múltiplas drogas (MDR). Diversos grupos estão, atualmente, buscando na flora possíveis agentes com efeitos sobre células cancerosas que apresentam o fenótipo MDR. As chalconas, compostos abundantemente distribuídos no reino vegetal, têm apresentado ação antiinflamatória e propriedades antitumorais. Neste sentido, nosso objetivo é estudar a sensibilidade de células de melanoma (B16F10), frente às diversas chalconas, avaliando-se o efeito citotóxico.

METODOLOGIA:

Foram sintetizadas 24 chalconas, derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído ou da 2,4,6-trimetoxiacetofenona, as quais foram enumeradas (Ch1 a Ch24) e adicionadas na concentração de 100 mM em culturas de células (B16F10), em placas de 96 poços. O meio de cultura D-MEM foi suplementado com 10% de soro fetal bovino, 100 U/mL de penicilina, 100 mg/mL de estreptomicina, 10 mM de HEPES, pH 7.4, e incubadas por 24 h em estufa a 37 °C e 5% de CO2. Após a incubação, a viabilidade celular foi avaliada pelo método do MTT (brometo de dimetiazol difeniltetrazólio) e os resultados expressos como a média ± erro padrão da média (n=3). Para análise estatística, foi utilizada a análise de variância de uma via (ANOVA), seguida pelo teste t, em que o valor de p<0,05 foi considerado estatisticamente significativo.

RESULTADOS:

Foi observado que, das 24 chalconas utilizadas nos experimentos, 5 apresentaram efeito citotóxico, reduzindo o número de células viáveis em 77.1 ± 2.1% (Ch2), 48.2 ± 8.6% (Ch3), 44.0 ± 16.3% (Ch7), 75.9  ± 9.0% (Ch12) e 90.5 ± 2.4% (Ch13), quando comparadas ao controle (100% de células viáveis).

CONCLUSÕES:

Os resultados sugerem que algumas chalconas sintetizadas, derivadas do 3,4-metilenodioxibenzaldeído ou da 2,4,6-trimetoxiacetofenona, induziram à morte celular de melanoma (B16F10). Este efeito identifica estes compostos como potenciais antitumorais. Outros estudos estão sendo realizados, pelo nosso grupo, com o objetivo de investigar os mecanismos de ação dos compostos testados que apresentaram ação citotóxica para as células B16F10.

Instituição de fomento: CAPES, CNPq e FAPESC.
 
Palavras-chave: Chalconas; Melanoma; Viabilidade Celular.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006